O papel dos grisalhos nas organizações

O papel dos grisalhos nas organizações


No universo do mercado de trabalho, existe uma equação que frequentemente é colocada e nem sempre solucionada: qual é a vida útil de um executivo? A pergunta não tem uma resposta simples, mas é inegável que a experiência, adquirida com a idade e os anos de profissão, é determinante para qualquer organização.

O Brasil tem, atualmente, 15 milhões de pessoas com 65 anos ou mais. Segundo estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 30% da população brasileira, até 2050, será composta por indivíduos com mais de 60 anos. Os números evidenciam a importância, cada vez maior, que essa faixa etária terá nos cargos diretivos das empresas. Ou seja, a vida útil tende a aumentar no mercado de trabalho.

De acordo com a administradora Vera Vasconcellos, consultora de carreira da consultoria Produtive, é preciso separar a idade cronológica da profissional de fato. O que significa compreender a experiência adquirida e não somente o acúmulo de anos na certidão de nascimento. “De uma maneira geral, ter pessoas mais experientes traz um equilíbrio para as decisões. Contrabalança com gente mais impulsiva. O mais velho olha as coisas com um pouco mais de amplitude. Isso é positivo e as empresas já estão vendo dessa forma. Há uma bagagem que só o tempo pode construir e isso deve ser levado em conta”, afirma Vasconcellos.

Mara Turolla, diretora de coaching da consultoria Career Center, concorda com a colega. “Mais do que falar de idade, é interessante falar de maturidade. Com todo mundo mais tenso, muitas vezes o emocional sobrepõe o racional. O fato de ter executivos muito jovens, que não passaram por experiências complicadas, como o atual cenário econômico nacional, pode ser um complicador”, opina Turolla.

Outro fator importante é que as empresas já entendem que a faixa etária acima dos 60 anos é responsável por índice elevado de consumo. Portanto, é importante ter em seus quadros gestores desse mesmo perfil, que entendam o público. Atualmente, segundo o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), o Brasil já passou dos 24 milhões de consumidores acima dos 60 anos.

“Qualquer organização, assim como qualquer sociedade, precisa reservar um lugar a quem detém experiência e motivação. O amplo conhecimento técnico de pessoas com uma trajetória já consolidada é benéfico tanto para a saúde das organizações quanto para as mais jovens, que podem trocar ideias e usar as experiências vividas a seu favor”, diz o administrador Alberto Emmanuel de Carvalho Whitaker, vice-presidente de Planejamento do CRA-SP.

Fonte: Revista Administrador Profissional / Ano 39 / nº 356

 

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