Onde se ganha o pão pode se comer a carne?

Onde se ganha o pão pode se comer a carne?

Quando fiz faculdade de Administração, aprendi um ditado importante: "onde se ganha o pão, não se come a carne". Porém, como muitas coisas mudaram ao longo dos últimos anos, resolvi pesquisar para verificar se tal ditado ainda continua “valendo”. Para minha surpresa, descobri que, segundo a psicóloga organizacional Izabel Failde, o ditado que citei está cada vez mais ultrapassado. Namorar um colega de trabalho é, na maior parte das corporações, algo humano e normal, tido até como estimulante para alguns consultores de carreiras. “O romance no escritório descontrai a rotina e dá energia para manter o pique”, afirma Failde.

"Bem administrados, esses relacionamentos acabam até ajudando na performance profissional. As pessoas se sentem mais satisfeitas, seguras, com a autoestima em alta", afirma a psicóloga Liliana Guimarães, doutora em Saúde Mental pela Unicamp. O problema é que, com a paixão, muita gente costuma se esquecer de que está em uma empresa e que é o trabalho, não a vida afetiva, deve ser a prioridade durante o expediente. "É preciso haver limites. Afinal, as pessoas são contratadas para um objetivo comum, que é o exercício de sua atividade profissional. Se a produtividade fica comprometida, isso começa a incomodar outros funcionários e a gerar comentários inconvenientes", afirma a consultora Viviane Mourão, da Meta&Vida Desenvolvimento em Recursos Humanos.

"Na empolgação, homens e mulheres acreditam que estão sendo discretos, mas na verdade não estão. As pessoas ficam de olho, mesmo, e não demoram a começar a comentar", declara Andrea Huggard Caine, diretora de certificação profissional da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH).

E a fofoca não tarda a começar. "Se a paquera chegou a um ponto em que vocês precisam ficar mais tempo sozinhos, para se conhecerem melhor, marquem um happy hour e resolvam a questão fora dali", diz Andrea. "Quando o clima entre os dois fica muito evidente e vira o assunto da empresa, isso pode afetar a imagem que ambos têm ali dentro. Há o risco de que passem a ser vistos como imaturos, despojados demais e até irresponsáveis", afirma Viviane.

Tome cuidado, pois se o alvo de suas segundas intenções é seu subordinado ou está abaixo de você na hierarquia da empresa, é essencial tomar muito cuidado na hora de demonstrá-las, para que o interesse não seja interpretado como assédio. Esse conselho serve, em especial, para as situações em que você tem dúvidas sobre a reciprocidade do sentimento.

Se o flerte virar namoro sério, a primeira pessoa que deve tomar conhecimento disso é o chefe ou os superiores, caso vocês atuem em departamentos diferentes. "É claro que vocês podem ser discretos e confirmar a situação à medida que as perguntas vão surgindo. Mas, mesmo que a empresa seja liberal, a atitude significa transparência e elimina o risco de comentários que possam vir a prejudicá-los. É uma postura profissional", afirma Andrea.

Fonte: https://mulher.uol.com.br/comportamento/noticias/redacao/2013/05/06/esta-a-fim-de-alguem-do-trabalho-pode-investir-mas-tenha-cautela.htm

 

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