Pessoas especiais são funcionários fenomenais

Pessoas especiais são funcionários fenomenais

Felizmente, nos últimos anos, os índices apontam um aumento no número de empregos formais, ou seja, empregos com “carteira assinada”. Apesar disso, o número de desempregados em nosso país ainda é grande. Normalmente, não nos damos conta disso, pois vivemos na região de Ribeirão Preto, situada no estado mais desenvolvido do Brasil. Além disso, estamos passando por uma fase de crescimento grandiosa.

Se conseguir emprego é uma tarefa difícil para as pessoas que não possuem nenhum tipo de deficiência, imagine para aquelas que possuem. Antes de prosseguir, é importante ressaltar que o problema dessas pessoas começa na própria “classificação” preconceituosa que recebem: Pessoas Portadoras de Deficiência (PPD). Portanto, devemos utilizar o termo Pessoas Portadoras de Necessidades Especiais (PPNE). Dessa forma, não descartamos o fato de que essas pessoas possuem uma larga gama de outras capacidades, pois, no campo do trabalho, a deficiência é muito mais determinada pela ausência de uma arquitetura adequada do que pela presença de uma limitação pessoal.

Para tentar contornar o problema da dificuldade de tais pessoas conseguirem emprego, foi criada uma lei, em 1991, estabelecendo que empresas privadas com mais de cem funcionários devem ter em seu quadro de funcionários um percentual de PPNE. Além da existência dessa lei, é preciso que sejam superados quatro desafios para que tais pessoas realmente encontrem seu espaço no mercado de trabalho:

1º) Superação de mitos e preconceitos. Alguns empresários afirmam que para contratá-los, teriam que demitir outros funcionários. Este argumento é irreal, pois a grande maioria das empresas possui uma rotatividade normal de funcionários, os quais poderiam ser substituídos pelas PPNE;

2º) Trabalho certo para a pessoa certa. As empresas devem identificar atividades nas quais as PPNE possam exercer seu trabalho sem ter seu desempenho prejudicado;

3º) Recrutamento: as empresas alegam encontrar dificuldades para contratar as PPNE, como a falta de um banco de currículos oficial. Afirmam ainda que o nível de instrução escolar e capacitação técnica das PPNE são baixos e não se enquadra nas exigências dos cargos que elas oferecem;

4º) Ambiente de trabalho: as empresas acreditam que deverão providenciar reformas físicas muito complexas, o que demanda um custo muito alto. Na prática, tais reformas, quando necessárias, não são caras.

Os empresários não devem encarar a contratação das PPNE como uma forma de caridade ou como uma obrigação legal, mas como um investimento que traz um custo versus benefício vantajoso. Por meio da elaboração de um artigo acadêmico*, pude identificar diversos benefícios que as empresas obtém ao contratar tais pessoas, pois elas apresentam uma produtividade igual, ou até mesmo superior, a dos indivíduos que não possuem nenhum tipo de necessidade especial.

*o artigo citado pode ser obtido por meio do endereço:
<https://www.knd.com.br/academico_material.php?id=8>

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