Por fora, bela viola. Por dentro, pão bolorento

Por fora, bela viola. Por dentro, pão bolorento

Quando adquirimos um produto ou serviço e, de alguma forma, sabemos que estamos contribuindo para uma causa que pode gerar melhorias na sociedade, nossa sensação de satisfação aumenta. Além disso, passamos a admirar as empresas que estão envolvidas em tais causas e nos tornamos seus clientes fieis. Logicamente, as empresas já se atentaram para este fato e, muitas delas, passaram a praticar ações filantrópicas somente com o intuito de fortalecer sua imagem junto aos consumidores e, dessa forma, alavancar seu faturamento.

Além da filantropia, existem muitas outras ações que as empresas podem implantar quando desejam, verdadeiramente, tornar-se socialmente responsáveis. Acredito que o primeiro passo neste sentido deve ser o tratamento dado aos funcionários. Várias empresas divulgam suas ações filantrópicas na mídia, mas não tratam seus funcionários como deveriam, ou seja, por fora, bela viola, por dentro, pão bolorento.

Pagar salário e décimo terceiro em dia, registrar funcionários, recolher encargos trabalhistas e incorporar reajustes salariais não podem ser consideradas ações de responsabilidade social, pois, ao fazer isso, a empresa está apenas cumprindo suas obrigações legais. Infelizmente, várias empresas que se vangloriam de suas ações de filantropia, nem ao menos cumprem suas obrigações legais. Depois ainda reclamam da avalanche de ações trabalhistas que são movidas contra elas, dizendo que os funcionários são mal agradecidos.

Para praticar ações de responsabilidade social voltadas aos funcionários, as empresas devem oferecer benefícios que não estão definidos em leis ou acordos coletivos. Ao fazer isso, apesar do aumento nos gastos, com certeza, a motivação e o comprometimento dos funcionários aumentarão, contribuindo, no final das contas, para o aumento dos lucros.


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