“Roadmap” da comunicação no trabalho

“Roadmap” da comunicação no trabalho

Não sabe o que significa “roadmap”? Não se sinta um ignorante solitário, pois eu também não conhecia o significado desse termo. Nos últimos tempos, é muito comum vermos pessoas utilizando palavras da língua inglesa no ambiente de trabalho, porém, saiba que tudo tem limites. Leia, na sequência, uma interessante matéria publicada pela Folha de São Paulo sobre tal tema:

No torneio de jargões do mundo corporativo, vence que sai da conversa sem a anotação mental “pesquisar termo x”. Mas quem erra na mão e abusa da linguagem de “business” acaba não se expressando com eficiência e ainda, na opinião de líderes ouvidos pela reportagem, ganha a pecha de pedante. “Não só em negócios, em medicina e direito existe excesso. São linguagens que só os iniciados podem entender. Serve para mostrar poder”, diz Anderson Sant’Anna, coordenador do núcleo de desenvolvimento de liderança da Fundação Dom Cabral.

Formado em engenharia mecânica, Fernando Miragaia Peruzzo, 34, conta que seu primeiro choque causado por jargões aconteceu quando passou a trabalhar com marketing para uma multinacional, em 2007. A palavra da vez era roadmap, ele lembra. “Aquilo era usado para produtos, viagens, para tudo. Quando entendi que significava ‘planejamento’, achei engraçado”. Peruzzo diz que, na comunicação entre brasileiros, a enxurrada de termos em inglês como turnover (rotatividade), ou forecast (previsão), vira perfumaria. “Não tem necessidade, mas acabo assimilando e preciso me policiar em conversas com amigos”, conta.

Adriana Gomes, coordenadora e professora do ESPM Carreiras, responsável pela pós-graduação na área e a orientação profissional de alunos, compara alguns termos como virais da internet. “Aquilo vai se alastrando e as pessoas utilizam como se fosse a última moda. Hoje, toda consultoria propõe um serviço ‘disruptivo’ (profundamente inovador) da estrutura organizacional”, diz. Para ela, o abuso dos jargões busca impressionar. “Vivemos numa sociedade-vitrine, e quem sabe menos ou desconhece algum termo é percebido como menos culto, menos informado, ou menos ‘up-to-date’ (atualizado). No MBA, temos que ter muito cuidado para não incentivar isso”, comenta.

Em nome do verniz de know how (saber como fazer), a comunicação corre o risco de ser sacrificada. “Objetividade é uma exigência atual do mercado de trabalho, e isso não vem com clichês e estrangeirismos”, comenta Gomes. Por outro lado, é natural que quem queira crescer tente se encaixar na cultura da empresa. Resistir sozinho ao uso desses termos pode acabar sendo um mau negócio.

Fonte:https://classificados.folha.uol.com.br/empregos/2015/01/1579545-excesso-de-jargoes-no-trabalho-pode-comprometer-a-comunicacao.shtml

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