Tecnologia humana

Tecnologia humana

Quando a informática e a automação começaram a invadir as empresas de forma mais intensa, ouvi dizer que um jornalista perguntou a um especialista qual seria o futuro dos trabalhadores. O especialista respondeu que as empresas, no futuro, seriam compostas por máquinas, homens e cães. Segundo ele, as máquinas fabricariam os produtos e os cães protegeriam a empresa. Curioso, o jornalista indagou: “E os homens?”. Simples, respondeu o especialista, a única função que caberá aos homens será alimentar os cães.

Felizmente, esta situação extrema não ocorreu e acredito que nunca irá ocorrer, pois as máquinas não pensam e necessitam de profissionais muito bem treinados para operá-las. Apesar de esta observação ser óbvia, muitas empresas se esquecem desse “detalhe” e investem somente em máquinas de última geração, esquecendo-se de investir nas pessoas.

Conta-se que um supermercado de grande porte investiu milhões em um sistema de computador que, dentre outras funções, enviava aos fornecedores pedidos de compra, automaticamente, sempre que o estoque atingia um patamar mínimo. O grande problema foi que esqueceram de explicar aos caixas a importância de se passar todos os produtos, um a um, no leitor de código de barras.

Tente imaginar o que ocorreu quando um caixa se viu frente a vinte embalagens de gelatina de sabores diferentes, mas todas com o mesmo preço. Para facilitar seu trabalho, passou somente a primeira embalagem, que era de abacaxi, pelo leitor de código de barras e digitou a quantidade vinte. Para o sistema de computador, foram vendidas vinte gelatinas de abacaxi; portanto, somente foi reposto o estoque de tal sabor. Depois de algum tempo, sobrava estoque de alguns sabores e faltava de outros. Até que se descobrisse que o erro não estava no sistema de computador, sobrou muito “abacaxi”.

Obviamente, os investimentos em “tecnologia da informação” (equipamentos e sistemas de informática) são muito importantes, porém, quando não são acompanhados de investimentos em “tecnologia humana”, não renderão todos os frutos que poderiam render. As empresas não podem se esquecer que seu maior diferencial deve ser seus funcionários e não suas máquinas e equipamentos.

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