Terceirizar para aperfeiçoar

Terceirizar para aperfeiçoar

Você já ouviu falar na “Fordlândia”? Caso esteja pensando que é algum parque de diversões, está errado. “Fordlândia” foi o nome dado a uma gleba de terra adquirida pelo empresário norte-americano Henry Ford, em 30 de setembro de 1927, no estado do Pará. Ford tinha a intenção de usar a “Fordlândia” para abastecer sua empresa de látex, que fabricava pneus para seus automóveis. Com o falecimento de Henry Ford, seu neto Henry Ford II assumiu o comando da empresa nos Estados Unidos e decidiu encerrar o projeto de plantação de seringueiras no Brasil.

No início do século XX, as indústrias automobilísticas pioneiras, como a Ford e a General Motors, fabricavam a grande maioria dos componentes necessários para montar seus carros, inclusive os pneus. Porém, com o passar dos anos, isso mudou. Atualmente, a grande maioria das indústrias automobilísticas só desenvolvem três itens: motor, câmbio e design (projeto com as características do automóvel).

É por esse motivo que as indústrias automobilísticas passaram a ser mais conhecidas como montadoras, pois, na verdade, elas montam seus automóveis utilizando componentes fabricados por outras empresas. Na prática, com o passar dos anos, as montadoras terceirizaram a fabricação da imensa maioria dos componentes necessários à produção de seus automóveis.

A terceirização é o processo de repassar a terceiros (outras empresas) algumas atividades que eram feitas pela própria empresa. Ao adotar tal estratégia, a empresa pode concentrar seus esforços nas atividades consideradas prioritárias, sem ter que perder tempo com atividades consideradas secundárias.
As montadoras perceberam que as pessoas optam por comprar automóveis levando em conta três aspectos principais: design, motor e câmbio. Foi por esse motivo que tais atividades não foram terceirizadas e continuam sendo elaboradas e constantemente aperfeiçoadas pelas próprias montadoras, pois são atividades consideradas prioritárias, ou melhor, estratégicas.

Quando minha esposa reclama que não faço mais minha parte nas atividades domésticas, como limpar a casa, meu argumento é a terceirização. A limpeza da casa foi terceirizada pela minha secretária do lar, a querida Zilma, a quem pago para que possa concentrar meus esforços e aperfeiçoar-me em atividades prioritárias, como ministrar aulas, escrever e prestar consultorias.

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