Vingadores ensinam gestores a superar derrotas

Vingadores ensinam gestores a superar derrotas

Você já participou de uma reunião que durou uma eternidade? Então imagine a inusitada cena do filme “Vingadores: Ultimato”, que mostra os super-heróis virando a noite numa sessão para trocar histórias e pensar em soluções criativas. Diferente de outros planos, que foram elaborados às pressas e obtiveram sucesso por improviso, eles precisavam ser meticulosos para consertar os efeitos da derrota épica que sofreram no final do filme anterior, quando o vilão Thanos conseguiu apagar metade da vida no universo.

No universo Marvel ou no mundo corporativo, de acordo com Luísa Granato, em matéria para o portal Exame, uma pausa para revisar derrotas e apontar falhas é uma prática muito simples – e muito negligenciada – que poderia criar imunidade contra o fracasso. É o que defende a psicóloga Bela Fernandes, membro da equipe Aylmer Desenvolvimento Humano e especialista em liderança. “Parece uma prática fácil demais, mas a falta de revisão dos erros pela liderança leva ao fracasso. Sem esse conhecimento, você acaba traído pelo mesmo bloco de erros e equívocos”, explica ela.

Sem pausa para aprendizado em 22 filmes, os heróis super poderosos são derrotados e começam o filme tendo que lidar com as consequências de seus erros. Sem missão ou propósito após enfrentar Thanos, Granato comenta que eles finalmente têm tempo de refletir. O Capitão América (Steve Rogers) procura ajudar outras pessoas a se recuperar e seguir em frente, a Viúva Negra (Natasha Romanoff) busca manter a equipe unida e cooperando e o Homem de Ferro (Tony Stark) se dedica a sua vida pessoal.

A pior reação após um fracasso é a negação. O deus do trovão, Thor, que cometeu o erro fatal que permitiu a vitória de Thanos, tenta fingir que nada aconteceu, saindo da fúria após a batalha para ficar indiferente à realidade. “É importante lidar com a frustração. No dia a dia das grandes corporações, onde sempre ocorrem fracassos de alto impacto e com consequências punitivas, é difícil voltar no dia seguinte e sentar na mesma cadeira. Muitos negam o fracasso, pois é muito fácil terceirizar a culpa. É necessário ter maturidade para admitir, revisar o que foi feito e conduzir seu time a um novo propósito. Nunca o luto de uma perda deve ser o fim da história”, comenta Bela. De acordo com Granato, o filme mostra que viver o luto da derrota é necessário, mas devemos nos recuperar.

Como fechamento de uma era que começou em 2008 com o primeiro filme do Homem de Ferro, em Ultimato os personagens mostram dois pontos chaves para dar a volta por cima: encontrar seus recursos restantes e definir uma nova estratégia. Tony Stark ainda possui sua esposa e seu intelecto. Natasha criou uma rede de contatos espalhada pelo universo. Bruce Banner, o Hulk, tem um novo conhecimento sobre suas habilidades.

Os Vingadores se acostumaram com o sucesso de suas ações. Eles acreditavam que o fracasso era impensável; portanto, deixaram de aprender e se adaptar. “Parar de aprender é uma armadilha. Você se convence que tudo sempre vai funcionar da maneira que planejou e deixa de exercer a curiosidade, tornando o erro algo inexorável”, diz a psicóloga Bela Fernandes.

Ao revisitar suas histórias, procurando os momentos que encontraram as joias do infinito, eles relembram as diversas falhas em missões passadas, uma prática que Chris Argyris, professor de Harvard, chama de “aprendizado de duas voltas”. Ao avaliar as falhas que cometeram, os Vingadores encontraram subsídios para elaborar uma nova estratégia para derrotar Thanos.

"Vingadores: Ultimato" nos deixa uma grande lição, que foi cantada pela finada Beth Carvalho, é preciso levantar, sacudir a poeira e dar a volta por cima. Lição também ensinada pelo grande Nelson Mandela: “A grande glória da vida não está em nunca cair, mas em se levantar a cada vez que caímos”.

Fonte: https://exame.abril.com.br/carreira/vingadores-ultimato-ensina-o-que-pode-condenar-lideres-ao-fracasso/  

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