Você se diverte no trabalho?

Você se diverte no trabalho?

Os mal humorados que me perdoem, mas diversão no trabalho é fundamental! Pelo fato de sempre tentar me divertir nos trabalhos que realizo, alguns me consideram um palhaço. Porém, eu só tento colocar em prática, diariamente, uma frase que me foi dita quando iniciei minha carreira profissional: “Se te derem um limão, faça uma limonada”. Atualmente, vou mais além, tento fazer uma caipirinha.

Essa semana li uma matéria publicada pela Forbes, escrita por Ariane Abdallah, que ratifica minha forma de agir. Ela é fundadora do Atelier de Conteúdo, empresa especializada na produção de livros, artigos e estudos de cultura organizacional.

“Você está se divertindo?”. Nas primeiras vezes que Abdallah fez essa pergunta para estagiárias e estagiários da empresa, eles a olharam com expressão de espanto. Em geral, não respondiam nada de bate-pronto. Ela insistia, e não entendia por que pareciam confusos diante de uma frase tão clara, simples, objetiva.

Com o tempo descobriu que não se tratava da frase, mas do significado dela no contexto do trabalho. Como assim se divertindo? Qual seria a resposta correta para a fundadora da empresa que os havia contratado? Aquele era o primeiro emprego de algumas das pessoas e o questionamento corriqueiro mais parecia uma pegadinha.

Trabalho é trabalho; diversão é diversão. Essa é uma crença comum. “Quantas vezes não cheguei nas redações depois de uma prática revigorante de ioga, bem-humorada e disposta para trabalhar, e sentia que esse estado de espírito não era bem-vindo, muito menos encontrava eco. Brincava com um colega antes de entrar no prédio: – Agora vamos fazer cara de mau humor, de que o dia já começou difícil e de que estamos cansados, para não chamar a atenção. Uma pena, mas esse é o estereótipo do ambiente corporativo”, afirma Abdallah.

Não é necessário levar ao pé da letra a frase atribuída a Confúcio: escolha um trabalho que você ame e não terá de trabalhar um único dia de sua vida. Na prática, a realidade no ambiente de trabalho é bem mais complicada do que essa frase sugere. Abdallah afirma que o ponto é outro: como podemos interpretar a palavra diversão? Ela comenta que tudo depende da atitude que adotaremos em relação ao que podemos tentar controlar. A atitude que somos capazes ou escolhemos ter. “Como disse outro filósofo, Jean-Paul Sartre: Não importa o que fizeram com você. O que importa é o que você faz com aquilo que fizeram com você”, ressalta Abdallah.

“Hoje, quando falo para meu time que se divertir no trabalho é prioridade, estou tentando despertar uma atitude interna em cada pessoa, uma escolha de como encarar dias bons e ruins, altos e baixos, desafios que vêm de todos os lados, de fora e de dentro. Não estou prometendo que todos só farão o que gostam – longe disso, até porque não seria possível. Divertir-se da maneira que proponho exige que a gente amadureça, porque a ideia de que se divertir está ligada à lei do mínimo esforço é, acima de tudo, uma visão infantil e romantizada da vida”, comenta Abdallah. É importante destacar que se divertir no trabalho não significa achar graça de tudo (não confunda com euforia), não ter dias ruins ou não gostar das pausas (fim do expediente, fins de semana, feriados e férias).

“Aprendi a diferenciar o objetivo do resultado. Meu objetivo num trabalho é fazer o melhor que eu puder, me desenvolver como pessoa por meio daquela atividade, superar minhas limitações, ter um dia que vale a pena. O resultado é outra coisa. Quanto dinheiro vai gerar, se as pessoas vão ou não gostar do que fiz, se os clientes vão ficar satisfeitos e voltarem, se vamos crescer o quanto havíamos planejado. Claro que isso tudo é importante, mas me dedico há anos para não deixar que somente o resultado tenha o poder de influenciar minha satisfação pessoal. Meu prazer de realizar. De estar onde estou, fazendo a parte que me cabe e aceitando as oportunidades e desafios da vida com disposição para crescer com elas”, ressalta Abdallah.

Se o trabalho nos proporciona tudo isso, por que não pode ser divertido? Quem disse que sair da zona de conforto não pode ser encarado com leveza? Por que não podemos achar graça dos nossos erros e quedas, mesmo com toda a seriedade necessária para nos levantar, seguir em frente, fazer diferente?

De acordo com Sérgio Robinson Martucci, em matéria para revista Saúde, um simples sorriso ajuda a aliviar o stresse, pois seu corpo libera endorfinas imediatamente quando você sorri, melhorando o humor e ativando a região do cérebro que produz a sensação de bem-estar. Uma bela gargalhada estimula o sistema imunológico e pode realmente melhorar sua saúde física. O corpo fica mais relaxado quando você sorri, o que contribui para uma vida mais saudável. Sorrir é um dos maiores diferenciais do ser humano. É o caminho mais curto na comunicação entre as pessoas e sinal universal de felicidade.
 

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