Como anda sua autoestima?

Como anda sua autoestima?

 Por Myrna E. C. Coelho Matos – Psicóloga Clínica e coordenadora do IACEP-Ribeirão Preto

É muito comum, em nossa sociedade atual, associarmos o sucesso profissional ou familiar, experienciado por uma determinada pessoa, com o fato da mesma possuir uma boa autoestima, o que nem sempre ocorre. Para que possamos compreender melhor esse tema, é importante que saibamos, primeiramente, que a autoestima é um sentimento relacionado ao senso de valor próprio. Assim, assumindo esta definição como referência, deveríamos dizer que uma pessoa possui boa autoestima quando ela estima a si mesma, gosta de si e sente-se digna de ser amada e admirada pelo que é e não pelo que tem ou faz. Seguindo essa mesma lógica, quando uma pessoa se autodeprecia e se sente indigna ou sem valor, poderíamos dizer que ela possui baixa autoestima.

Para analisarmos como anda nossa autoestima, precisamos, antes de mais nada, diferenciá-la da autoconfiança, pois esses dois conceitos costumam ser confundidos facilmente. Diferentemente da autoestima, a autoconfiança restringe-se à avaliação que a pessoa faz em relação às suas competências e capacidades, em como se sente confiante para executar algo ou ser bem sucedida em suas ações. Por exemplo, um atleta de grande sucesso pode ter uma elevada autoconfiança, pois seus atributos profissionais já foram comprovados para os outros e para si mesmo. Porém, mesmo com muita autoconfiança, tal atleta pode possuir uma autoestima muito baixa, sentindo-se “uma pessoa muito pequena e sem valor”. Esta aparente contradição ocorre, principalmente, devido às contingências de vida que moldam nossa autoconfiança não serem as mesmas que moldam nossa autoestima.

Portanto, estaremos contribuindo efetivamente com a melhoria da autoestima de uma pessoa que amamos quando a demonstração do nosso amor for direcionada à pessoa e não às suas atitudes, feitos ou atributos físicos. Isso significa dizer que o nosso amor não deve estar condicionado a posturas ou situações pontuais, devendo apresentar-se de forma incondicional e desinteressada.

Uma vez li uma definição curiosa de autoestima. O autor dizia que “autoestima significa ficar ao meu lado, aconteça o que acontecer”. Essa definição, de caráter mais poético, mostra-se muito adequada, pois expressa exatamente o que fazemos com a pessoa a quem amamos incondicionalmente: não a abandonamos e não a deixamos de amar, mesmo quando erra, nos magoa ou quando reprovamos suas atitudes e comportamentos.

Independente das virtudes e falibilidades que você possui (e que todos também possuem, pois não somos perfeitos), incentivo você a investir em mudanças em sua vida que possam contribuir para que você amplie a sua capacidade de amar e permitir ser amado, de forma incondicional.Creio que já estamos mais conscientes e preparados para responder à questão proposta no título deste artigo, não é mesmo?

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