Crianças Nascem Para Viver Em Família!

Crianças Nascem Para Viver Em Família!

Escrito por Myrna Coelho Matos (Psicóloga Clínica Comportamental)

 

Abrigo significa “algo que oferece proteção contra os rigores do tempo” dando nome às instituições que abrigavam crianças e adolescentes em situações de vulnerabilidade e que, atualmente, são chamadas de instituições de acolhimento. Já acolher é mais que um abrigo, significando “oferecer ou obter refúgio, proteção ou conforto físico, abrigar e amparar. Todavia, sendo “abrigo” ainda o nome mais conhecido e usual, manterei essa terminologia no texto.

Na melhor das hipóteses, uma criança ou adolescente pode encontrar, nessas instituições, bons relacionamentos, novas amizades, contatos amorosos com profissionais dedicados e responsáveis, e, principalmente, um refúgio seguro das tempestades e agressões da vida.

Mas devemos sempre lembrar que as condições que a conduziram até um abrigo estão estampadas com o selo da rejeição, negligência, abandono ou perda de suas famílias biológicas. Não importa sua idade, se chegam até lá, chegam emocionalmente feridas. As condições tão sofridas fazem do abrigo um refúgio de proteção aos maus tratos da vida.  Mesmo assim, por melhor que seja, um abrigo continua não sendo um lugar ideal para a criança.

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Criança nasce para viver em família, não necessariamente a biológica, mas aquela que realmente assume todas as responsabilidades por sua vida. Esse tipo de família possibilita que a criança desenvolva uma identidade e um sentimento de pertencer e de ser amada por pessoas que a tratam de forma especial e única, admirada em suas particularidades e respeitada nos detalhes de sua personalidade. Assim é uma família saudável.  Um lar dá condições de crescimento para uma criança, potencializando suas forças e a ajudando em suas dificuldades. Nenhum abrigo pode lhe dar isso. O abrigo pode dar certa segurança física, mas não tem como lhe dar segurança emocional, pois esta só pode ser encontrada em um lugar chamado FAMÍLIA. O abrigo pode suprir necessidades de alimentação e vestuário, mas jamais lhe fornecerá autoestima, tão importante para enfrentar o mundo com segurança. Autoestima só se adquire em um ambiente de amor incondicional, um tipo de amor encontrado no coração de um PAI e de uma MÃE.

O abrigo é um lugar onde nada é feito especialmente para criança, e sim para um coletivo de crianças que entram e saem de lá, numa dinâmica que acaba por impedir vínculos permanentes e acentuar as dores das constantes e marcantes perdas. Os profissionais, por mais carinhosos que sejam, no final do seu turno voltam para suas casas e as crianças permanecem no abrigo, sendo cuidadas por diferentes pessoas, que por mais próximas que sejam, não são sua família.

Instituições de acolhimento não podem suprir necessidades físicas, cognitivas, emocionais, sociais e espirituais que uma criança precisa para um desenvolvimento saudável. Estudos mostram que crianças abrigadas tendem a apresentar atraso no desenvolvimento físico, emocional e cognitivo, por não receberem estímulos suficientes e adequados para seu desenvolvimento, não importando sua idade, seja bebê ou adolescente, o abrigo não é lugar para ficar muito tempo.  Abrigo, quanto menos, melhor. Quanto mais tempo a criança fica em um abrigo, mais a sensação de abandono se intensifica.

A ótima notícia é que quando essas crianças encontram uma verdadeira família, tudo começa a mudar. Com investimento e paciência, as crianças se recuperam e tendem a deslanchar em seu desenvolvimento. Alguns prejuízos são reversíveis, outros não. Não podemos arriscar. Todo tempo é importante e cada dia de permanência no abrigo faz muita diferença para a criança.  

Crianças chegam ao abrigo feridas emocionalmente e ali são acolhidas e protegidas. Mas abrigo não é o sonho de nenhuma criança e sua permanência por um longo tempo não é algo desejado, devendo ser apenas uma ponte que conduza a criança ou adolescente para a tão desejada família.

E de outro lado dessa ponte inicia uma história de esperança, pois embora tenha sido nos relacionamentos anteriores que as feridas foram feitas, serão pelos relacionamentos de amor que as feridas serão curadas e uma família que espera por ADOÇÃO é uma fonte de amor pronta para derramar a cura.

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