A SÉRIE: A ADOÇÃO (parte 2)

A SÉRIE: A ADOÇÃO (parte 2)

Como prometido segue mais um texto de Sávio Bittencourt. Alguns pais adotivos ainda tem dúvidas: contar ou não contar a verdade sobre a adoção? A verdade é um direito da criança, mas para viver essa verdade pais precisam vencer tolos preconceitos, pois só assim poderão dar a criança a segurança que tanto necessitam para também aceitarem e se orgulharem de sua própria história .


Capítulo VIII

Saber a verdade sobre sua historia é um direito fundamental da criança. A mentira sobre adoção é um veneno de médio ou longo prazo.

Nasce da ideia patética de que o vinculo biológico é o que legitima o amor paterno. Então, o pai adotivo que tem pré-conceito com a adoção, mas que ama seu filho de forma verdadeira, mente. Mente para afirmar seu amor: te amo tanto que eu queria que você fosse meu “filhinho de verdade”.

“O coitadinho vai sofrer, se souber; os vizinhos, os coleguinhas, todos vão ter preconceito com ele! ”. Em pleno terceiro milênio as pessoas ainda se contentam com limitação desta ordem e agem como se sua felicidade dependesse da aceitação dos outros.

No fundo, o preconceito não é dos outros, mas do próprio adotante que não lida bem com o fato de não ter gerado o filho com seu sêmen ou óvulo. Quando falo a verdade, celebro este encontro mágico, com este filho que me traz tanta felicidade.

Quando falo a verdade, mostro como este fato foi e é importante para mim, realço a adoção como uma paternidade que não está aquém da biológica. Amor de primeira grandeza não pode ser escondido, deve ser gritado, comemorado, anunciado. Falar a verdade permite que eu me mantenha integro como pai.

Pai da verdade! Pai de verdade!
 

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