Tendo autoridade sem ser autoritário

Tendo autoridade sem ser autoritário

Parte 1 (Um texto da Psicologa Thais Souza - www.psicologiaemcasa.com.br)

Você sabia que crianças têm sentimentos? Parece óbvio, mas não é! Alguns adultos agem com as crianças como se elas fossem blindadas ao sofrimento emocional. Utilizam expressões sarcásticas, tom de voz agressivo, punições físicas inadequadas, e frases que desvalorizam ou minimizam quem a criança é geralmente no intuito de ganhar respeito e exigir obediência. Você já deve ter vivenciado situações parecidas: "Ahhh, coitadinho... está chorando igual um bebezinho! (sarcasmo) Que coisa ridícula! Isso, chora mesmo! Assim nunca vai crescer!"; "Pare de chorar! Não aguento mais isso! (tom de voz agressivo)"; "Se não fizer agora o que estou mandando, você vai ver o que vai acontecer! (levantando a mão contra a criança ou mostrando o chinelo)"; "Sempre lerdo! Nunca consegue fazer nada certo!" (desvalorização). 

Alguns pais confundem o papel de autoridade com autoritarismo. Uma pessoa autoritária não leva em consideração o respeito pelo outro. O que importa é exclusivamente que sua vontade seja feita, e age como se somente ela tivesse razão e merecesse o respeito. O autoritarismo desconsidera o outro na relação e considera apenas a si mesmo. É perceptível como às vezes queremos que nossos filhos nos obedeçam simplesmente pelo fato de querermos ter o controle, mas não necessariamente que haja um motivo para aquilo que pedimos. Exemplo: vocês estão passeando num parque e seu filho pergunta: "mãe, pai, posso correr até aquela próxima árvore e voltar?", e se você fosse avaliar racionalmente, não teria nenhum problema ele ir e voltar... a árvore está relativamente perto, não há muitas pessoas para que ele se perca, você não está com pressa, ele se divertirá... mas a resposta é: "Não!". E se ele perguntar: "Ah, mas por que não?", a resposta será: "Porque não!" ou "Porque eu que mando." Isso é um exemplo de autoritarismo. Você considera o que você deseja ou a obediência que você quer que ele tenha, mas desconsidera a criança, em uma situação na qual você não seria desrespeitado e nem teria prejuízo algum. 

Muitos pais são assim com seus filhos, muitas vezes por causa do medo de que se fizerem diferente - ou seja, se considerarem os filhos (seus pedidos, suas opiniões) - perderão o respeito e a posição de autoridade. No entanto, estas atitudes não desqualificam o líder; pelo contrário, muito provavelmente fazem com que a equipe se sinta importante, engajada, parte do todo, e um só time.

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