Timidez: quando nos escondemos da vida
Myrna E. C. Coelho Matos
02 Dez 2012 22:42
Por Myrna E. C. Coelho Matos – Psicóloga Clínica e coordenadora do IACEP-Ribeirão Preto
Ser “tímido” pode até ser bom em algumas situações. Já parou para pensar que a timidez nos ajuda a avaliar as situações com cautela para que possamos escolher a atitude mais adequada nos diferentes contextos de nossa vida social?... No entanto, quando a timidez gera sofrimento para a pessoa, tornando-se um fator impeditivo para que a mesma vivencie seus sonhos, atinja suas metas e viva ricamente suas relações interpessoais, é sinal que a timidez precisa ser tratada...
Como posso conseguir uma promoção no trabalho se me escondo das pessoas? Como posso iniciar um relacionamento amoroso se não consigo iniciar e, muito menos, manter uma conversa de forma agradável? Creio que precisamos fazer a nossa parte para que as coisas aconteçam em nossas vidas e isso requer atitude.
Entretanto, a pessoa tímida tem uma preocupação exagerada com a opinião das pessoas . Há um temor em ser julgada, mal avaliada, de ser mal sucedida. A pessoa se comporta em função da opinião do outro e crê, erroneamente, que quanto menos se manifestar, menos será avaliada. Na realidade, não temos controle sobre o que as outras pessoas pensam ou falam sobre nós. Elas nos avaliam de acordo com seus próprios critérios e valores, o que, muitas vezes, não possuem relação direta com nosso desempenho e comportamento. Não é possível e nem necessário agradar a todos para que sejamos felizes...
Uma orientação importante é que a pessoa não se deixe dominar pelos sentimentos e pelas reações de ansiedade que acompanham a timidez. Mesmo sentindo constrangimento ou vergonha, é preciso que enfrentar as situações temidas. O enfrentamento gradual dessas situações ajuda a superar, pouco a pouco, a timidez. Portanto, se você acha difícil iniciar uma conversa com uma pessoa desconhecida, procure começar dando um bom dia. Depois, numa outra oportunidade, dê um bom dia e um sorriso, até que você se sinta à vontade para iniciar uma conversa. Assim, passo a passo, você caminha e abre as portas para que as mudanças aconteçam, mesmo que sejam apenas “tímidas” mudanças.
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