João Rock 15 anos - A força do rock no interior

João Rock 15 anos - A força do rock no interior

No último sábado, dia 18 de junho, aconteceu no Parque Permanente de Exposições em Ribeirão Preto uma edição especial do festival João Rock. Comemorando 15 anos, o evento foi realizado na mesma data de sua primeira edição em 2002 e reuniu mais de 50 mil pessoas durante quase 12 horas de muita música.

O público foi presenteado com a criação de novos palcos para esta edição. O palco principal, “João Rock”, voltou com a proposta de dois palcos paralelos e uma grande estrutura, favorecendo a fluidez dos shows e evitando atrasos. O palco “2002 – Quando Tudo Começou” teve uma carga histórica especial, reuniu as quatro bandas que haviam se apresentado no primeiro João Rock e foi, portanto, palco de grandes hits. Além disso, o “Fortalecendo a Cena” deu espaço a bandas mais recentes e foi de bastante agrado do público.

Foram 18 bandas nacionais no total do line up. Entre os talentos dos clássicos e dos mais novos, o João Rock se manteve mais uma vez fiel à sua proposta e mostrou a força do rock brasileiro e de gêneros relacionados, como o rap e o reggae.

O Palco Fortalecendo a Cena reuniu as bandas Marrero, Far From Alaska, Dona Cislene e os queridinhos do Supercombo e Scalene.

Os reggaeiros do Cidade Negra iniciaram as atividades do palco 2002 ainda durante o dia, envolvendo a galera na energia de seus clássicos e deixando evidente no público aquela euforia de início de festival. Ao longo da noite, também subiram ao palco Ira!, que encerraram o show com “Envelheço na cidade”, momento bastante enérgico do show. CPM22, como sempre responsáveis por coros incessantes do público que dessa vez emplacou uma parte inteira de “Não Sei Viver Sem Ter Você”, além das famosas “Regina Let’s Go”, “Um Minuto Para o Fim do Mundo” e “Irreversível”. Os paulistas também aproveitaram para cantar um single novo, intitulado “Revolução.” Os veteranos do Titãs fecharam o palco 2002 com chave de ouro, com uma performance que reforçou a identidade clássica da banda.

No palco João Rock, após a apresentação dos garotos de Limeira da banda Vigariztas (vencedores do concurso cultural), Jorge Du Peixe, Lucio Maia e todos do Nação Zumbi subiram ao palco para embalar os que chegavam ao som de seu Manguebeat. Além da recorrente homenagem ao saudoso Chico Science, eles surpreenderam ao homenagear também o icônico David Bowie. Em seguida, fizeram uma participação no show d’Os Paralamas do Sucesso, cantando “Que país é esse?”. O show d’Os Paralamas, por sua vez, pode não ter sido muito diferente do que já se tenha visto, mas não foi menos grandioso. Faixas muito simbólicas e a sensibilidade de Herbert Viana sempre fazem com que se encontre uma platéia bastante emocionada.

Nando Reis voltou ao João Rock para acariciar o coração dos apaixonados, com uma apresentação também cheia de clássicas e sua serenidade de sempre. Diretamente de Brasília, Natiruts se apresentou logo em seguida, sintonizando a vibração de um Parque Permanente de Exposições que, a essa altura, já se encontrava tomado pela multidão.

Para tornar essa edição ainda mais histórica, o show da turnê de 30 anos do Legião Urbana emocionou quem assistiu. Marcelo Bonfá, Dado Villa-Lobos, junto a André Frateschi nos vocais, surpreenderam ao encerrar o show com a longuíssima “Faroeste Caboclo.”

Gustavo Black Alien subiu ao palco e cantou os maiores sucessos de seus dois discos, Babylon By Gus Vol I – O Ano do Macaco e Babylon By Gus Vol II – No Princípio era o Verbo. Entre eles, as pesadas “Eu sou Rock’n Roll” e “Segunda Vinda”, a romântica “Como Eu Te Quero” e a consagrada “Mr. Niterói.” O carioca também contribuiu para um dos #EncontrosDaMúsica mais esperados do João Rock 2016. Após se reconciliar com Marcelo D2 recentemente, Black Alien se juntou aos integrantes do Planet Hemp – do qual já fez parte – e cantou “Contexto” ao lado de D2 e BNegão. Eles não haviam se apresentado juntos ainda desde o retorno do Planet Hemp à estrada.

O hardcore do Planet mais uma vez fez a galera sair do chão, ainda que sem muitas alterações na set list, que conteve “Legalize Já”, “A culpa é de quem?” e outras.

Finalizando a noite do palco João Rock, Criolo fez sua melhor apresentação em 3 anos que esteve presente. Extremamente eufórico, o rapper junto a Dj DanDan teve uma performance teatral, muita interação com o público, músicas bem selecionadas para manter o ritmo do show e um discurso afiado: se posicionou a favor das ocupações das escolas, contra o racismo, a homofobia e ao machismo e declarou “A cada político corrupto que se dá bem, é um do nosso povo que é assassinado em silêncio.” Além disso, recebeu Tulipa Ruiz e Rael, que dividiram o palco com ele por algumas faixas. Rael e Criolo cantaram juntos “Tô pra vê”, do cd Ainda Há Tempo, e Rael cantou “Envolvidão” e “Ela me faz” do seu disco próprio.  Tulipa entrou no refrão de “Cartão de Visita” e dividiu uma bela versão de “Só Sei Dançar Com Você” com Criolo. Também evidenciou o fato de ter sido a única mulher a pisar no palco principal aquela noite: “Girl Power!” ela disse.

A festa de 15 anos do festival João Rock o consagrou, mais uma vez, como grande fenômeno que é: Um dos maiores festivais do Brasil consolidado no interior de São Paulo.

O Momentos esteve lá pelo segundo ano para a cobertura, confira no vídeo o recado de aniversário da galera para o João Rock 15 anos.

Por Bruna Saquy

Assista ao vídeo

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