Qual é a verdade?

Qual é a verdade?

Tenho notado um ódio muito grande percorrendo as redes sociais e o nosso dia-a-dia, ódio este, motivado, em geral, por opiniões divergentes e por atitudes contrárias a do outro, como se só houvesse uma verdade absoluta.

Tanto na política, quanto na religião e até mesmo assuntos banais do cotidiano quando são expostos nas mídias ou em uma conversa de bar tem gerado discussões homéricas e sem nenhum resultado. O que se observa, muitas vezes, é a vaidade do outro prevalecendo a qualquer custo.

Qual é a verdade?

Cada um possui uma maneira de pensar e de entender as situações vivenciadas, agindo com ética e moral, qualquer ideia ou opinião pode ser relevante, entendida e aceita.

Quando se tem uma discussão saudável sobre algum tema, cada pessoa agrega algo que ainda não havia sentido ou não estava presente em seus pensamentos.

Além de estar incomodada com esta situação presente em nosso cotidiano, nesta semana relembrei de um poema de Carlos Drummond de Andrade que diz exatamente o que gostaria de passar neste post:

VERDADE
A porta da verdade estava aberta, 
mas só deixava passar
meia pessoa de cada vez.

Assim não era possível atingir toda a verdade,
porque a meia pessoa que entrava
só trazia o perfil de meia verdade.

E sua segunda metade
voltava igualmente com meio perfil.
E os dois meios perfis não coincidiam.

Arrebentaram a porta. Derrubaram a porta.
Chegaram a um lugar luminoso
onde a verdade esplendia seus fogos. 
Era dividida em duas metades,
diferentes uma da outra.

Chegou-se a discutir qual a metade mais bela.
As duas eram totalmente belas.
Mas carecia optar. Cada um optou conforme
seu capricho, sua ilusão, sua miopia.

Portanto, pessoal, cada um possui sua verdade e sua maneira de enxergar e entender o mundo.

Cabe a nós respeitar.

Beijos e até mais.

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