Aí vem o rei...

Aí vem o rei...

 

      Aí vem o rei com o cetro na mão! Aí vem o carnaval, festa do povo para o povo! Povo de todas as camadas, raças, cores e de qualquer quantidade de dinheiro na carteira. (Hoje não se usa dinheiro, usa-se cartão de crédito ou de débito, diriam outros). Para o carnaval isso não importa! Eu diria que é a festa de quem tem pernas para pular, braços para gesticular e garganta para esgoelar, além de “sexo” para esbanjar. Meus avós diziam que o carnaval era festa do diabo. Olhem que naquela época o diabo comportava-se muito mais contido. Hoje  o diabo se manifesta com toda força  nas lindas mulheres seminuas, na enganadora riqueza das fantasias, na falsa ideia de que no carnaval tudo pode acontecer sem pecado.  Alguns historiadores dizem que carnaval  é festa católica e surgiu quando a Igreja Católica permitiu que a alegria e a gula saíssem do comportamento tradicional das famílias para  manifestações mais avançadas, alguns dias antes dos quarenta dias da quaresma, tempo de recolhimento, jejum, de conversão, de  reconciliação com Deus. Seria um prêmio antecipado aos quarenta dias de quaresma. Outros dizem que o carnaval surgiu na Grécia, entre os anos 600 e 520 antes de Cristo, quando os gregos faziam festas de agradecimentos aos seus deuses. Dizem que esses festejos passaram a ser adotados pela Igreja Católica a partir de 590 depois de Cristo.  O carnaval moderno surgiu no século XX. Partiu de Paris a grande centelha que incendiou o mundo, principalmente o Brasil. Teve grande desenvolvimento em nosso país a partir da criação das Escolas de Samba.

    Hoje a Igreja Católica já não vê com bons olhos as festas de carnaval, a festa que peca pelos exageros.  O consumo de bebidas alcoólicas,  de drogas, o grande aumento de acidentes de trânsito  durante essas festividades preocupam famílias e autoridades. Brigas, assassinatos, mortes nas estradas são marcas registradas todos os anos durante o carnaval. A Igreja vem tentando diminuir o afã dos foliões   ao oferecer encontros religiosos tipos retiros, onde as pessoas se reúnem para orar, praticar o recolhimento, a reflexão, participar de palestras religiosas, adquirir maior conhecimento da religião e da própria vida.

    Apesar do esforço sabe que a luta é desigual no Brasil, onde há uma grande monarquia, onde a democracia nunca teve vez, a monarquia do carnaval. O Rei Momo continua firme e forte  no seu trono de ouro  com seu enorme cetro na mão.

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