Certa manhã...
Certa manhã entrei pela floresta!
Os raios de sol que brincavam entre os galhos
das árvores iluminavam o meu caminho.
Eu ia sozinho!
Troncos maravilhosos encontrei,
frutos deliciosos provei, cascatas sussurrantes
eu vi, pássaros coloridos que nunca
mais esqueci!
Pássaros recém-acordados exercitavam as asas
para iniciarem os primeiros voos do dia!
Percebia-se neles a euforia!
Formigas apressadas seguiam por minha trilha
e um tamanduá escondido esperava com ganas
sua primeira refeição!
Um pica pau picava uma árvore seca com
aparente emoção!
Um bando de quatis cruzou a minha
frente, subiu em uma árvore e passou
a me espiar. Certamente a me reprovar!
Continuei a caminhar,
mas senti no peito a censura
por estar naquela hora da manhã
em tal aventura! A certa hora chegou o cansaço!
Uma grande pedra sob uma árvore frondosa
fez-me convite para compensar o meu fracasso.
Sentei-me! Ouvi de um riacho o murmúrio.
Água fresca! Não pude recusar!
Nela fui me saciar.
Recuperado, pus-me, de novo, a andar:
árvore florida, árvore caída,
pássaros canoros, pássaros sem vida,
botões se abrindo, pétalas caindo,
nuvens esparsas em espaço sem fim!
Tudo me encantava no entorno de mim!
Fiquei com a impressão de que
aquela manhã havia sido criada para mim!
assim andei, assim me recuperei!
Saí da floresta por trilha que era uma fresta
na imensidão de um mundo quase pagão.
mesmo assim um mundo maravilhoso
que faz o homem pensar, o poeta poetar
e a vida, apesar de tudo, feliz continuar...