Chove...
Chove...
As gotas de água escorrem
pelos vidros da janela,
pelas paredes da velha casa,
pela calçada, em direção ao riacho
que passa no fundo da casa...
O caboclo, sentado em sua cadeira de madeira, sonha acordado com o milharal que está soltando as bonecas e enchendo os grãos das espigas...
Sonha acordado porque, entre os minúsculos rios que escorrem pelos vidros da janela, visualiza a sua pequena lavoura...
Emociona-se! Estava ficando desesperado pela seca, à espera da chuva!
Quanta reza havia feito, ao pé do cruzeiro de peroba rosa, para que Deus lhe enviasse a chuva!
Deus o atendeu! O milagre começara a escorrer pelos vidros da janela, das paredes, da calçada e do seu querido milharal! Sem aquele milagre, estaria no inferno, sem colheita, sem dinheiro, sem felicidade!
Estava contente e seu contentamento imitou a chuva! Algumas lágrimas começaram a escorrer pelos sulcos da face como se formassem pequenos riachos!
Ele
deixou-as
escorrer...
Não as enxugou! Quis participar efetivamente do milagre que
es
cor
ria
pelos vidros da janela e de sua face!
Rezou uma prece de agradecimento!
A seguir,
- se,
tou
van
le
abriu a janela e foi cumprimentar a chuva com as próprias mãos em sinal de agradecimento!
Estava, realmente feliz!
Coisas dos homens e de Deus!