Crianças?

Crianças?

Onde está a criança inocente

que brincava tão contente

de pião e amarelinha,

de pula corda  e bolinha?

Onde está a criança

que sentava ao pé da mesa

para ouvir da vovó

as histórias, com presteza?

 

Onde foi parar o chapéu

que  dava ao homem certo charme

e permitia aquele   gesto  de

uma dama cumprimentar?

Onde está, onde está aquele

fio de bigode que servia

de documento,

sem contrato e assinatura

 que substituía o cartório

 e até mesmo a escritura?

Onde está aquele amor

que amarrava corações,

segurava multidões

e não era uma aventura?

Onde está, onde está

o diário da donzela

que marcava os segredos

de toda a vida dela?

Onde está aquele tempo

que a mãe chamava a filha

p'ra com ela conversar?

Onde está aquele tempo

que fazer amor não era sexo,

era somente se amar!

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