Curiosidades de um bebê!

Curiosidades de um bebê!

          A porta da sala de um bebê que começara a andar, por descuido da babá, ficou aberta por alguns minutos enquanto ela preparava para ele, a mamadeira! Pela porta aberta, ele viu o portão de grades coloridas, que dava saída para a rua! Caminhou para o portão! Encantou-se com o seu colorido, o barulho e o movimento na rua e o que acontecia lá fora! Tentou abri-lo! Estava trancado! Olha e vê a rua! Vê crianças maiores que ele passando para a escola, mães com bebês no colo, carros, homens de bicicleta!  Que bicho esquisito era aquele que rodava com duas rodas, magrelo, sem barulho? Vê carrinhos de frutas amarelas e vermelhas! Ficou encantado com elas, mas não lhes sabia o nome. Vê mulheres apressadas com suas bolsas presas junto a corpo, vê carros tresloucados a buzinar contra crianças e adultos e até apitos do guarda da esquina que controlava o trânsito!

          Era o começo de uma manhã de segunda-feira muito movimentada! Para ele era o começo de sua própria vida! Estava encantado, mas na verdade, nada entendia!

Quantas coisas, no mundo, existiam e ele nada delas conhecia! Gostaria de começar a participar delas, imediatamente! Tentou, mais uma vez, abrir o portão, mas estava trancado! Queria entrar no mundo, mas, para ele, o mundo também estava trancado!

         Que decepção! A decepção aumentou quando a babá barulhenta, aos gritos, saiu correndo do interior da casa e foi pegá-lo nervosamente com seus braços rechonchudos e seu ventre avantajado!

         Até aquele dia, ela era o seu paraíso! Gostava de ficar no colo dela! Ali tinha tudo o que precisava!  Colo macio, acolchoado pelas gordurinhas dela, uma mamadeira de leite de vacas, deliciosa e cantigas de ninar que o faziam viajar por mundos de sonhos maravilhosos!

          Foi maravilhoso, aconchegante, aprazível, enquanto pensou que aquele era o mundo ideal que nunca deveria ser deixado porque desconhecia outro melhor!

          Naqueles momentos viu e percebeu que lá fora havia outro mundo que o deixou totalmente extasiado.

         A babá, como todas elas, que entendem seus bebês, mais que as próprias mães, para não o decepcionar, ficou com ele durante alguns minutos junto ao portão.  Conversou com ele, falou-lhe daquele mundo esquisito que estava a ver e, a seguir, caminhou para dentro da casa. Como ele insistia em voltar ao portão, ela ficou mais algum tempo com ele, no colo, com a janela aberta, que dava para a rua, para ele continuar seu sonho acordado, ninando-o até que lhe viesse o sono.

          A rotina da janela continuou por algum tempo, mas, certo dia, ele surpreendeu-a novamente:

          Viu-o correndo para o portão com a chave na mão!

          Daquele dia em diante, o que foi aberto todos os dias, não foi mais a janela e sim o grande portão lindo e colorido!

 

   

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