Dia das Mães

Dia das Mães

Dia das mães deveria ser todos os  dias! Por que então não dizer dias das mães? Novidade? Nenhuma! Todos sabem que mãe é o ser vivo que vive com mais intensidade, mais dedicação, carinho e amor, todos os dias! Toda  mãe preocupa-se mais do que qualquer filho! Filho da muita preocupação e preocupa-se pouco! Mãe não da preocupação e preocupa-se muito. Somente não sabe disso quem nunca foi mãe ou  filho que não conviveu com sua mãe!

    Dia das mães deveria ser um dia abençoado por Deus e venerado pelos homens! Por Deus, tenho certeza de que é por que ele fez a mulher para ser mãe e permitiu que ela fosse a genitora de seu filho Jesus! Quanto aos homens tenho muitas restrições! Alguém pode estar estranhando a frase anterior, mas tenho alguns argumentos para certificá-la. A  palavra mãe tornou-se, atualmente, um símbolo, como tantos outros que existem quer sejam aparentemente reais, religiosos ou espirituais. O comércio, a mídia, encarregou-se dessa transformação. Mãe, de um berço de carinho e afeição tornou-se uma banca de negócios, onde cada um compra a sua mãe da maneira que pode. É comum ouvir-se nas igrejas que uma ou outra passagem da bíblia tem sentido simbólico.  Outras vezes é considerado um dogma em que temos de acreditar pela fé.

   Em meu modo de pensar, hoje mãe tornou-se um símbolo: a mãe deve ser a pessoa mais querida do mundo!  Símbolo? Dogma? A imprensa fala, a televisão mostra, as redes sociais insistem!  É propaganda sobre propaganda, “milagres comerciais” a todo instante! Está claro que a maioria dos filhos ama a sua mãe, mas  boa parte deles as querem fora de seu caminho!

Quantos filhos abandonam sua mãe em  abrigo, casa de repouso, asilo de velhos!  Quantos as deixam em casas separadas com pessoas que não lhes dão o mínimo carinho! Quantos as exploram financeiramente retirando-lhes os parcos rendimentos da aposentadoria para completar  o pagamento de despesas pessoais!  Quantos as forçam até a exaustão para lhes tirar o último centavo para sustentar o famigerado vício da droga! Quantos ficam esperando desesperadamente que a mãe viúva morra, para pegar a parca ou a grande herança que para ele vai passar! Quantos as matam por causa de motivos inconcebíveis!

   A medicina aumentou a vida das mães, mas aumentou-lhes o sofrimento!  Nunca o sofrimento foi tão intenso para os idosos e idosas como nas duas décadas em que vivemos!

  Quantas mães clamam pela morte para deixarem de sofrer!  Como médico ortopedista sou testemunha presencial desse fato, quando ouço e vejo senhoras idosas que chegam em cadeiras de rodas e sequer podem sair sozinhas dela!

   Quanta tristeza sinto quando um filho leva a mãe até o consultório, entra com ela na sala de consultas e, a seguir, pede licença e vai aguardar na sala de espera!  Será medo do resultado da consulta? Será medo da suposta responsabilidade que o médico possa dele exigir? Ficará com dor na consciência? É triste! É muito triste saber que parte das mães vivem abandonadas!

Que outras morrem de desgosto e são obrigadas a fingir que estão felizes quando o filho ingrato tenta comprar o carinho e o silêncio dela  com uma blusa, uns chinelos acolchoados, ou simplesmente com um telefonema desejando-lhe felicidades, quando ela está morrendo por ser infeliz!

  Quanto simbolismo! Quanta falta de caridade humana de filhos que foram criados debaixo das  asas da mãe e que hoje passam ao largo com medo que ela lhe peça para lhe comprar alguns comprimidos para lhes aplacar a dor!

   Certas mães sofrem caladas, sabem da ingratidão dos filhos, sabem que o futuro curto que as aguarda será de muita tristeza e sofrimento, mas a maioria ainda sorri com a chegada do filho!

   Sabem por quê?  Porque mãe, não importa a idade nem a situação em que se encontra, ela nunca deixa de ser mãe enquanto viver!

Bem! Meus amigos!Apesar de minha revolta com os maus filhos, não poderia deixar de fazer uma homenagem a todas as mães:

 

                      Onde há mãe...

 

Onde há mãe, há amor!

Onde há amor, há ternura!

Onde há ternura há doçura!

Onde há  doçura  não há amargor!

Assim age a mãe de cada filho,

que por ele da a própria vida,

com alegria ou dor contida,

com seu opaco olhar quase sem brilho!

Mãe! Tu  és a rainha do universo!

Não importa se estás longe ou  perto!

O que importa é  tua dedicação!

Desdobra-te enquanto podes

por toda a tua vida!

P’ra todos filhos tens guarida

em teu humilde e singelo coração!

 

 

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