Dor de cotovelo não cura

Dor de cotovelo não cura

 

   Você, certamente,  já ouviu falar que dor de cotovelo não cura.  Não estou me referindo à tradicional situação das sequelas dos amores mal  resolvidos, à inveja, às situações em que muitas vezes as pessoas não conseguem realizar seus sonhos e sofrem por isso. Você pode ter ouvido falar em cotovelo de tenista. Estas frases têm sido usadas para uma doença que vem aumentando gradativamente nos consultórios dos médicos ortopedistas.

    As pessoas têm mania de criar frases e darem  apelido às coisas, assim como, às doenças. Espinhela caída, olho de peixe, bico de papagaio, febre amarela. Oh! Esta está na moda e está fazendo um grande furor nos postos de vacinação porque as pessoas avisadas ou desavisas não tomaram a vacina em tempo hábil.   Outros nomes bizarros têm sido usados pelo povo  através das gerações.

    Voltando à dor de cotovelo, sabemos que é uma doença muito comum nos jogadores de tênis e por isso recebeu, também o apelido de doença do cotovelo do tenista. Na medicina a chamamos de epicondilite, doença que se instala no côndilo lateral  dos cotovelos. Epicôndilo é uma saliência do úmero, (osso do braço logo abaixo do ombro), de onde saem vários tendões (quatro) em direção ao punho e a mão. A epicondilite é uma doença que se caracteriza por inflamação dos tendões ao nível da inserção  no osso (côndilo) e suas adjacências. É doença que quando intensa, provoca dor   no cotovelo e torna-se incapacitante para o membro acometido à medida que progride. Ela não somente surge nos tenistas, mas pode surgir em pacientes que usam muito os cotovelos como  pintores, pedreiros, digitadores, pessoas que usam chaves de fendas, martelos, que usam  a força física com os membros superiores. Quando dizemos que dor de cotovelo não cura, não é porque é doença maligna que acaba por levar os pacientes à morte. Diz-se isso porque ela pode tornar-se uma doença crônica de difícil regressão.  Repouso do cotovelo, gelo, anti-inflamatórios locais e ou via oral ou parenteral, infiltrações com derivados corticoides, fisioterapia, acupuntura  e até cirurgia podem ser usados como tratamento.  Por haver tantos métodos de tratamento podemos concluir que nenhum deles nos dá garantia de ter efeito definitivo na cura. O repouso na fase aguda é de fundamental importância e frequentemente o uso de tipoia é recomendado. Costumo falar que nesses casos o paciente tem de ser um bom paciente, porque se for mau (desobediente), não vai se curar.

  Tome cuidado com seus cotovelos! A dor deles pode lhe trazer  sofrimento e dificuldade de cura!

 

Compartilhar: