Ela sorria sempre...
À entrada da escola, à entrada da sala de aulas, à hora do recreio e à saída da escola, ela sorria!
Não era bonita nem feia, nem gorda nem magra, nem loura nem mulata, nem alta nem baixa! O cabelo não era comprido nem curto, não cantava, não praticava esporte! O que a caracterizava era o sorriso com seus lábios carnosos e seus dentes perolados!
O nome dela era Beatriz e fora escolhido pela avó que dizia que Beatriz queria dizer “aquela que faz todos felizes!”.
De fato, o sorriso dela era doce e cativante! Contagiava todos os colegas de escola!
No fim dos anos de estudo, chegou a formatura! Formou-se professora, grande prêmio recebido por ela e pela família, pois, naquela época, ser professor ou professora era o grande desejo e a grande glória de boa quantidade dos estudantes!
Ela mudou-se do interior para a capital com a família. Nunca mais voltou à sua terra natal! Os amigos e os pretendentes a namoro ficaram “na mão”, como se dizia antigamente quando não se conseguia aquilo que se queria. O que eles queriam? Muitos, a amizade, algun, um namoro firme e a maioria, deliciar-se com aquele sorriso doce e contagiante que todos conheciam!
Beatriz, “aquela que fazia as pessoas ficarem felizes”, desapareceu para sempre! Dela ficou o sorriso que jamais foi esquecido e a saudade que atingiu o coração da sua geração!
Onde estará Beatriz? Quando verão de novo aquele sorriso doce e cativante?
Todos abaixam os olhos quando alguém relembra o nome dela. Alguns dos colegas da época, agora sexagenários, respiram fundo e tentam segurar o coração que tenta disparar e os canais lacrimais que querem se manifestar!
Sabemos que Beatriz, apesar de ter sido excelente aluna, nunca escreveu uma crônica ou uma poesia! Ela, entretanto, fez história, a história que se perpetua na saudade do seu sorriso terno e cativante!