Febre ammarela

Febre ammarela

 

     A febre amarela está dando o cartão vermelho para o povo brasileiro?

     Quem torce por futebol vai entender de imediato o que vou dizer. Para quem não entende, uma rápida explicação: no futebol quando um jogador comete uma falta grave, recebe do juiz o cartão amarelo.  Se repetir a falta ou se cometer falta grave e perigosa do ponto de vista físico ou como falam os radialistas, pelo atacante estar  “em perigo de gol”, o cartão apresentado é o vermelho. Isto significa que o jogador é obrigado a deixar o campo de disputa e não pode ser substituído por outro. Foi expulso!

   Quanto à febre amarela parece que ela está sendo a juíza e está mostrando o seu cartão amarelo para o povo brasileiro. Algumas pessoas, infelizmente receberam o cartão amarelo e o vermelho e foram expulsas do "campo" da vida.

 A "juíza" febre amarela parece querer fazer história pelos campos do Brasil, assim como o fez o futebol. Neste, Pelé foi eleito o rei mundial!  No campo da febre amarela o eleito foi o médico sanitarista Osvaldo Cruz! No início do século XX a cidade do Rio de Janeiro morria a cada dia pelo ataque fulminante dessa terrível doença que foi rotulada de febre amarela pela cor que deixava na pele  dos pacientes moribundos.

Ela passou a dizimar a população carioca. A pobreza, a falta de higiene, a falta de água encanada, a presença de tanques para guardar água a céu aberto, os charcos e as fossas de fundo de quintal, mal cuidadas, latas e outros objetos jogados nos quintais e mesmo nas ruas sem asfalto, consentiram que o nosso bem conhecido aedes egypti encontrasse o seu ambiente ótimo para se reproduzir. A ignorância, a pobreza, a má alimentação, a exposição permanente ao mosquito foram as grandes causas do grande avanço do mosquito e da febre amarela.

  Osvaldo Cruz, à frente do Departamento Nacional de Saúde Pública entrou em campo interpretando o super-herói   da cura das doenças infecciosas que atacavam a cidade do Rio de Janeiro e enfrentou todos inimigos que provocavam doenças, principalmente a febre amarela. Foi combatido, foi vaiado, mas dividiu a cidade em setores, montou brigadas de mata mosquitos como os generais montam brigadas de guerra! A morte ao aedes aegypti foi declarada! Derrubou palhoças, eliminou poças, limpou quintais e fossas e obrigou as pessoas a se vacinarem contra a febre amarela. A Revolta da Vacina ficou conhecida no mundo inteiro e Osvaldo Cruz, por pouco não recebeu o cartão vermelho e foi expulso de campo. Com a ajuda do engenheiro prefeito Pereira Passos e do presidente Rodrigues Alves, aquele famoso presidente que comprou as terras do Acre que pertenciam à Bolívia em 1903, venceu todos os obstáculos e libertou o Rio de Janeiro da terrível  febre. Naquele tempo, ciclo da borracha, o Brasil tinha dinheiro e o dinheiro não era desviado em propinas para políticos desonestos. Daí o sucesso de Osvaldo Cruz!

  Infelizmente Osvaldo Cruz faleceu e a febre amarela voltou a atacar o país com fúria total! Será que vai surgir outro super-herói como Osvaldo Cruz para derrotá-la novamente?

  No futebol não precisamos de outro rei, Pelé está vivo e forte. Na saúde, com a ausência do super-herói, quem reina é o mosquito aedes aegypti. Ele já conquistou muitos estados brasileiros onde tem implantado muitos comparsas como dengue, shicungunha, Zica, além da febre amarela! O povo brasileiro vai receber o cartão vermelho imposto pela febre amarela comandada pelo mosquitinho conquistador? 

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