História fantástica

História fantástica

    Certo dia, indo para o meu trabalho em ônibus que deveria levar   40 pessoas, mas levava 80, ouvi de uma velhinha com cerca  de 80 anos, esta história interessante que vou passar para você. Disse-me a senhora que vivera em um país onde a passagem de ônibus era gratuita para os idosos, havia assento para todos os passageiros, as escadas dos ônibus eram baixas, podia viajar à vontade com seu cartão de idoso para onde quisesse! Recebia uma boa aposentadoria da qual tirava uma boa quantidade de dinheiro para colocar na caderneta de poupança, o que lhe  permitia viajar  em todo  fim de  ano, além de presentear dois netos que eram a razão de sua vida. Estava viúva, mas a aposentadoria do marido dava para ela viver descentemente sem precisar da ajuda de ninguém. Disse-me que o governo fornecia leite para as duas crianças e creches gratuitas com micro-ônibus para o transporte delas. Como gostava de trabalhar, trabalhava meio dia, cinco dias por semana em uma fábrica de bijuterias, o que lhe dava um segundo salário. Quanto ao atendimento médico, o postinho da esquina tinha médicos 24 horas ao dia que davam atendimento de primeira qualidade. As consultas que não fossem de urgência eram marcadas para o dia seguinte. Os remédios, quase todos, eram fornecidos pelo postinho. As ruas das cidades eram asfaltadas, não havia buracos, a água nunca faltava e o lixo e os entulhos de árvores podadas eram retirados com grande rapidez e eficiência. Não faltava trabalho para ninguém e os combustíveis tinham preços competidores entre os postos, o que impedia  exploração dos donos de carros e outros meios de locomoção. Era bom viver e o povo vivia com alegria.  Depois de muito tempo a situação do país começou a piorar. Os ônibus começaram a dificultar a subida dos pedestres porque passaram a ter escadas muito altas, os assentos para os idosos desapareceram, a aposentadoria passou a ser uma aposentadoria de fome¸ o leite e os medicamentos dos postinhos passaram a ser escassos. Dinheiro para caderneta de poupança nunca mais sobrou. Quanto ao atendimento médico no postinho as consultas passaram a ser marcadas para depois de quatro meses. A fábrica de bijuterias fechou e demitiu os dez funcionários que nela trabalhavam.  O asfalto das cidades piorou gravemente. Os combustíveis passaram a não ter controle de preço e as pessoas a não ter   condições de andar de carro.  Tantos outros fatos ocorreram que não vale a pena serem recordados, referiu a anciã, antes de deixar o ônibus.

 Você já ouviu em algum dia de sua vida uma história tão fantástica quanto esta? Já ouviu falar desse tal  país?

 

 

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