Monólogo com o poeta...
Ó poeta!
que fazes aí sentado
nesse banco tosco
à beira da estrada
que parece terminar
no infinito dos teus sonhos
inacabados?
Que fazes aí sentado
à beira do rio que tantas vezes
levou o teu olhar água abaixo
para as ondas incontáveis do mar aberto
onde nunca viste o fim?
Que fazes aí sentado
contando os grãos de areia
que pisaste durante toda
a tua vida no teu caminhar constante?
Que fazes aí sentado
a ouvir os pássaros
que roubaram de ti
o notável segredo das melodias
de teus versos?
Que fazes aí sentado
a olhar as flores
que roubaram de ti
a beleza de tua alma
imaculada?
Que fazes aí sentado
a sentir a brisa que passa,
que traz e que leva
o encanto da inspiração de teus versos
para as sinfonias dos anjos?
Por que esperas aí sentado
a noite que chega e
tráz a lua cheia e as estrelas,
musas eternas de teus sonhos
sem limites?
Que fazes agora
da estrada caminhada,
do rio que viajou para o oceano,
dos grãos de areia que
não conseguiste contar,
do canto dos pássaros,
do perfume das flores,
da brisa que passou e
da noite que chegou?
Já sei! Não precisas me responder!
Eu também sou poeta!