Morrer talvez

Morrer talvez

 

Se o mal que nos aflige é duradouro,

Se a dor que nos tortura é tão pungente,

Levemos nosso barco, livremente,

À costa, num novo ancoradouro.

 

 

Quando a sorte nos rouba algum tesouro,

Podendo nos ferir profundamente,

Devemos disfarçar veladamente

E tocar nossa vida, sem desdouro.

 

 

A vida é como um barco clandestino

Sujeito à tempestade e à calmaria

Num mar acomodado, ou bem ferino.

 

 

Por isso é sempre bom ter ousadia,

Seguir com altivez nosso destino,

Morrer talvez...  jamais ter covardia.

 

 

 

             

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