Morrer talvez
23 Jul 2017 09:32
Se o mal que nos aflige é duradouro,
Se a dor que nos tortura é tão pungente,
Levemos nosso barco, livremente,
À costa, num novo ancoradouro.
Quando a sorte nos rouba algum tesouro,
Podendo nos ferir profundamente,
Devemos disfarçar veladamente
E tocar nossa vida, sem desdouro.
A vida é como um barco clandestino
Sujeito à tempestade e à calmaria
Num mar acomodado, ou bem ferino.
Por isso é sempre bom ter ousadia,
Seguir com altivez nosso destino,
Morrer talvez... jamais ter covardia.