No silêncio da noite
“ Vem... vem comigo...
A noite, já vestiu o seu capote escuro
e repousa nos pés das serras,
que também dormem a sono solto,
vestidas com seus pijamas verde-escuros,
salpicados de manchas de orvalho...
A mata dorme o sono dos justos,
acariciada em seus cabelos,
pela brisa mansa da madrugada,
que passa devagar, rumo ao infinito...
O silêncio é profundo
e se prestarmos atenção,
ouviremos os cochichos das estrelas,
que nunca param de conversar,
no grande salão brilhante, do universo...
A lua cheia, com sua cara de matrona mandona,
não se cansa de sorrir
e de se mostrar aos noctívagos,
que preferem a noite para vagabundear,
enquanto a plebe descansa...
O mundo, por enquanto é nosso... Vamos sair...”
“Não ouves cães latir,
lá no fundo do poente...?”
“Devem ser cães famintos,
que querem enganar a fome,
com seus ganidos desafinados,
assim como gemem as crianças desnutridas...
Eles têm fome de comida, de abrigo, de aconchego...
Vamos...Não devemos ter medo, nós somos invisíveis,
embora todos sintam as nossas presenças
em quase todos os lugares do mundo.
Você sabe que podemos ajudar a todos,
de alguma maneira...
“Por que, me chamas...? Não sabes nem o meu nome.
“Teu nome...!? Não estás me reconhecendo... !?
Será que estás ficando velha e fora de moda?
És a minha melhor companheira!.
Tu és a Esperança! O futuro do mundo!”
“E tu, quem és...!? Dá-me teu nome e sobrenome,
Realmente estou ficando velha e fora de moda...”
“Não tenho sobrenome. O meu nome...!? Amor...”