Noite fria
O poeta sonha acordado
nas paredes de seu quarto frio....
Quanta solidão escorrega por suas veias
como a água de um grande rio!
Levanta-se. Vai à janela para ver
a longa noite silenciosa na madrugada...
A noite é fria, calada,
não lhe fala nada...
Olha para as estrelas!
Elas lhe sorriem com sorriso saudoso!
Olha para a lua!
É um bumerangue viajando no espaço silencioso...
Um sonho vago viaja
entre as estrelas e a lua!
O sonho tenta acalentá-lo,
mas a alma é nua!
Sai da janela e senta-se na cama!
A cama é fria!
A ausência de alguém está presente!
Sente-se mal. Passa as mãos pelo rosto!
Não sabe o que sente!
Levanta-se e vai ao banheiro!
Lava o rosto!
Quer retirar da face
As cicatrizes do desgosto...
Olha-se no espelho!
O espelho também está calado!
Tenta dialogar com ele!
Não obtém resultado...
Senta-se, de novo, na cama
e tenta escrever uma poesia!
Não consegue...
A alma continua nua
na noite fria...