O milagre do livro

O milagre do livro

 

 

   Jorginho é um menino sapeca que mora em um sítio junto à periferia de Ribeirão Preto.  Acostumado a brincar com a molecada do bairro vizinho, não concordava com a insistência  da mãe para começar a frequentar a escola do bairro.

   O dia do ingresso na escola chegou e Jorginho foi levado à escola, “na marra”, como disse o pai. O menino resistiu entrar no prédio da escola e aos gritos de “não quero entrar”, chamou a atenção de todos. Isabel, professorinha de 20 anos, recém-formada ouviu os gritos de Jorginho e veio ao encontro dele. Trouxe  um bom-bom em uma das mãos e um livro de histórias infantis na outra.  Jorginho olhou para a pequena professora Isabel e parou de gritar. Os olhos de jabuticaba arregalaram-se!

    - Que “mocinha” bonita! Quem seria?  Pensou.

    Isabel  aproximou-se dele, deu-lhe  o bom-bom, mostrou-lhe a capa do livro, abriu o livro, começou a lê-lo e a mostrar-lhe as gravuras! O encanto foi imediato! Gostou do bom-bom, da professora e do livro. Ela pegou-o pela mão e sem resistência o levou para dentro da sala de aulas! Continuou a ler o livro e imitar o som dos animais que pulavam de um lado para outro nas gravuras  das páginas do livro e no pensamento de Jorginho. Ele estava totalmente enfeitiçado!

  - Você vai dar esse livro para mim?

  - Sim! O livro é seu, mas você vai ter de aprender a ler para entender as histórias maravilhosas como esta que acabei de ler para você!

  Os dois sorriram e se abraçaram! Olhando-os não se sabia quem estava mais contente e mais feliz!

  Três meses depois, Jorginho estava alfabetizado e lia tudo que lhe aparecia nas mãos. A Feira do Livro de Ribeirão Preto estava prestes a ser inaugurada e as professoras do colégio passaram a divulgá-la, principalmente Isabel!  

  Jorginho entusiasmou-se com a proximidade da  abertura da Feira do Livro e em ficar  sabendo que milhares de livros estariam à sua disposição para serem vistos e se possível, adquiridos! Falou aos pais sobre a inauguração da Feira e disse-lhes que queria comprar muitos livros para ler.

   No dia combinado com os pais, foi para a Feira e escolheu tantos livros que mal podia carregar! A mãe sorria de alegria ao lembrar-se do filho turrão que não queria ir para a escola. O pai... Bem, o pai ao pagar os livros, verificou o gasto que teve, mas também sorriu ao lembrar-se do fato quando a esposa lhe disse: “quem diria, hein”?.

   Em casa, Jorginho começou a ler os livros adquiridos, para a mãe, o pai e para a molecada amiga!

   “Quem diria”, pensava a mãe ao observá-lo!  

  

Você leitor/a tem algum Jorginho ou Jorginha em casa?

Não se acomode, leve-o/a à Feira do Livro! Você vai, também ficar entusiasmado/a como os pais do Jorginho!

 

 

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