O silêncio, Ah! O silêncio!
O silêncio! Ah! O silêncio!
Nelson Jacintho
O silêncio! Ah! O silêncio!
Que força tem o silêncio
ao nascer do sol!
Quanta força tem
o silêncio do arrebol!
Eu, sentado á minha janela
sinto a força do vento
que não faz barulho,
mas me faz voar pelas campinas
verdejantes,
pelos lagos dos amantes,
onde nus se amam
em atos delirantes!
O silêncio! Ah! O silêncio!
O silêncio grita, mas ninguém
ouve!
Não o ouve porque, talvez
não saibam que
nascimento dele, houve!
Se não houve o nascimento,
como ele existe?
Existe na solidão dos desertos,
na sombra do entardecer das montanhas,
no ninho do passarinho
que quieto, cuida de seus ovos
com carinho,
para seu novo filho nascer!
Silêncio! Oh silêncio profundo
que na sua grandeza faz
calar o mundo!
Eu criança, não o respeitava
porque ainda não sabia
que o amava!
Silêncio! Oh silêncio!
Hoje, o respeito
com a maior simpatia,
porque é ele que traz
o meu melhor verso,
a minha melhor poesia!