São Pedro, São Paulo

São Pedro, São Paulo

                     São Pedro, São Paulo...

Para fecharmos as crônicas sobre as festas juninas vamos falar hoje sobre São Pedro e São Paulo.  Eles foram os discípulos de Cristo que mais o ajudaram na implantação do Cristianismo. Poderíamos rotulá-los como os dois mosqueteiros de Cristo, como foram D’Ardagnan. Athos, Porthos e Aramis para o rei Luis XIII da França quando subiu ao trono no  ano de 1610 ao lado de sua mãe, com menos de 19 anos de idade. Os  mosqueteiros  com seus mosquetes e suas espadas foram a garantia de Luís XIII, assim como haviam sido Pedro e Paulo para Jesus, Pedro pela seu esforço físico e Paulo por sua força intelectual de escritor emérito.  Pedro e Paulo sofreram morte violenta. Pedro foi crucificado de cabeça para baixo porque não se considerava digno de ser crucificado como Cristo.  Paulo, que  era considerado romano porque trabalhara para as milícias romanas e perseguia os cristãos antes de sua conversão, foi degolado para ter morte rápida e de pouco sofrimento.

   Feito o preâmbulo, vamos às festas juninas que se encerram no dia 29 de junho!

   Por ser a última do calendário junino, a festa de São Pedro e São Paulo  é muito comemorada. Como nas anteriores, a subida do mastro, o estouro da pipoca, o cheiro da gengibre e  da pinga no quentão, não pode faltar nesta última festa junina! Paçoquinha, pé de moleque, vinho quente, doces das mais variadas composições, não podem estar ausentes! A fogueira! Como não deixar de acender a fogueira em uma noite tão importante quanto a véspera de santos tão milagrosos?  O terço! Como deixar de rezar o terço! As velhinhas fazem o maior sacrifício para não deixarem de rezar o terço!  E os fogos! Os rojões que vão acordar as nuvens e assustar as estrelas!  Os busca-pés! Como eram  divertidos os busca-pés que corriam pelo terreiro de terra batida passando entre as pernas das senhoras que saiam correndo quando podiam! Hoje estão fora de moda e a meninada atual não se diverte mais com eles! Hoje, a molecada prefere ficar encostada em um canto da festa manipulando seus tablets, seus celulares! Que pena! Estão perdendo a infância! Na verdade, não a estão perdendo, porque a maioria nunca a teve! A ausência de interesse por brincadeiras de caráter físico é um fato  terrível para as crianças! Os   pais, distraídos com as “maquinas”, mal repararam  que os filhos  haviam nascido! E eles, depois que começaram a andar, ganharam o pior presente que poderiam ganhar: um celular! Desse dia em diante esquecem-se que têm pais!

  “Criança de hoje não dá trabalho”! Disse-me uma mãe há alguns dias!

  “Não”?  Retruquei-lhe!

  “Eu dou-lhe o celular e ela se esquece do mundo, esquece-se até de comer”!

   “E as festas juninas”?

   “Nem sabe o que é isso”!

   Contive-me! Como me disse um amigo: “somos de outros tempos”!

   Deixei o amigo e dirigi-me para casa pensando nas crianças de hoje!

   Que pena! Pensei com meus botões! Que pena! 

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