Sentado em uma rocha
Sentado em uma rocha no sopé de uma montanha, eu olhava o mar...
Via caravelas longínquas fazerem a curva das águas na linha do horizonte...
Hoje não existem caravelas a navegar, mas eu as via sobre o mar a caminho do infinito.
Para o infinito dos meus sonhos, que ia muito além do infinito falado e comentado por poetas escritores...
Lá estava eu no fim da tarde quando a brisa fresca chegou às minhas pálpebras embevecidas pelas caravelas, que seguiam uma após outra no caminho interminável...
Fechei e abri os olhos por duas ou três vezes para verificar se eu estava acordado ou desacordado...
A brisa que ficou mais forte, informou-me que estava acordado, que deveria ir para casa...
Olhei ao meu redor: os arbustos com suas flores saudaram a minha presença com um bate-palmas de folhas e de pétalas...
Que felicidade... Eu estava vivo... Somente vivo eu poderia sonhar com as caravelas e receber a saudação das folhas e das flores...
Joguei alguns beijos para elas e segui o caminho de casa...
As caravelas deveriam estar a chegar ao seu destino, muito além do infinito dos meus sonhos