Sentado na rocha...

Sentado na rocha...

Sentado em uma rocha

                     Nelson Jacintho

 

 

Sentado em uma rocha no sopé de uma montanha, junto à praia, eu olhava o mar...

Via caravelas longínquas fazerem a curva das águas, na linha do horizonte...

Hoje não existem caravelas a navegar, mas eu as via sobre as ondas do mar, a caminho do infinito. Para o infinito dos meus sonhos, que ia muito além do infinito falado e comentado por poetas escritores...

   Lá estava eu, no fim da tarde, quando a brisa fresca chegou às minhas pálpebras embevecidas pelas caravelas que seguiam uma após outra no caminho interminável...

  Fechei e abri os olhos por duas ou três vezes para verificar se estava acordado ou “desacordado” ...

  A brisa que ficou mais forte, informou-me que estava acordado, que deveria ir para casa...

  Olhei ao meu redor: os arbustos com suas flores saudaram a minha presença com um bate-palmas de folhas e de pétalas...

  Que felicidade... Eu estava vivo... Somente vivo eu poderia sonhar com as caravelas e receber a saudação das folhas e das flores...

  Joguei alguns beijos para elas e segui o caminho de casa...

  As caravelas deveriam estar a chegar ao seu destino, muito além do “infinito” dos meus sonhos...

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