Sentido da vida
O sentimento da liberdade é um dos maiores que o ser humano pode sentir. Sentir-se preso sob qualquer circunstância, seja por fator físico, por incapacidade funcional ou intelectual, traz ao homem a sensação de impotência e incapacidade frente ao mundo! O cidadão deve ser livre frente à sociedade e aos seus impulsos! Impulsos que podem ser de ordem sentimental, amorosa, sexual etc. Já li que a liberdade caminha junto com a consciência de cada um! Não posso acreditar nisso, quando entendo que a consciência depende de muitos fatores dos quais qualifico dois muito importantes: o genético e o fenotípico (alterações por influência do meio em que o cidadão vive). Nos meus 50 anos de medicina não tenho dúvida de que esses dois fatores influenciam muito na formação do caráter das pessoas. Quem for filho de pais de condutas não recomendáveis como embriaguês, distúrbios de comportamento moral e físico e for criado nesse ambiente conspurcado pela maldade, certamente vai ter uma formação de consciência prejudicada. A criança que vê o pai roubar, que eventualmente até o acompanha em pequenos furtos, coloca em de sua mente, em sua consciência que tudo aquilo que faz e que ajuda a fazer é fato perfeitamente normal para a vida que leva. A falta da educação da criança e do adolescente no seu dia a dia junto aos pais e o meio ambiente que o rodeia, passam a ser grandes colaboradores na formação de sua consciência! Os erros passam a ser fatos aceitos e normais para essas crianças!
O congresso brasileiro passa há alguns anos por terrível drama de comportamento em relação aos problemas nacionais. A corrupção no país é o pior de todos porque é o desfecho de outros, também de importância capital. Como estamos tratando do assunto criança, vamos falar sobre a idade em que o menor passa a ser responsável pelos seus atos! Devemos manter a idade de 18 anos como reza a Constituição ou baixar para 16, como a população há muito vem exigindo! Como decidir, se a culpa deve ser imputada ao meliante maior de 16 anos se ele foi criado em péssimo ambiente familiar, onde o pai esteve sempre desempregado e o dinheiro que ganhava era quase sempre consumido em bebida? Boa parte desses menores tem os pais presos e eles os visitam nas prisões com frequência! Delegacias, cadeias, penitenciárias são fatos corriqueiros na vida deles! Escolas e orientações sadias são raridade na vida dessas crianças! Por que não temos mais escolas? Por que não temos mais professores? Por que o povo brasileiro é enganado o tempo todo com promessas vans? Por quê? Por quê? Por quê? Poderemos fazer essa pergunta se nos lembrarmos de tantos malefícios que existem em um país tão maravilhoso como o nosso, mas tão mal conduzido! Por que as gerações se sucedem e o país continua cometendo os mesmos erros? Pobres e ignorantes que vivem à margem da vida vão ver “com ciência” a vida que poderiam ter? Têm consciência sadia do mundo exterior que os rodeia e do mundo interior que os dominam? Certamente não e por isso seguem a estrada que seus avós traçaram, seus pais seguiram e que agora eles têm de caminhar! O que esperar dessa geração que passa? Na verdade não passa, fica retida na incompetência própria porque herdaram da genética e do convívio a grande sina de continuar sofrendo e matando para poder sobreviver!
Boa parcela dos jovens de hoje valoriza o cantor de música sertaneja e o jogador de futebol! Alguns enveredam para o consumo de álcool e de outras drogas mais nocivas. Alguns que se consideram mais espertos querem ser traficantes de drogas! Outros, ainda pensam em ser políticos! Ter poder, ter dinheiro, poder viajar sem ter que dar satisfação para ninguém é a meta de muitos jovens de hoje! Eles estão fazendo história! Alguns contam que os pais viveram assim e eles estão acostumados a viver da mesma forma!
Será que o povo brasileiro terá que ver muitas gerações passarem para que levantem o país desse “berço esplêndido” malfadado? Penso que vai demorar muito! Creio que isto acontecerá somente quando o povo entender o verdadeiro sentido da vida! Que quer dizer isso? Ter caráter, bom senso, colaboração mútua, deixar de pensar somente em si. Ter espírito de humanidade e como dizia meu velho pai: “ter vergonha na cara”!