Solidão de alma e de sol

Solidão de alma e de sol

Nesta solidão de alma e de sol esturricante sentimos a falta de consolo e de chuva.

A chuva é companheira física e mental das pessoas, faz brotar as flores do chão e  estimular o verdume de velhos pensamentos que trazemos da infância de nossa alma e de nosso coração!

A chuva é inimiga do calor e da poeira e amiga dos criadores da vida como semeadores de plantas e poetas semeadores de poesia!

O calor e a poeira são os companheiros da solidão e da falta de inspiração!

Quanta seca no ar e em nosso pensamento!

Quanta vida trancada nas sementes do trigo, do arroz, do milho e de tantas outras sementes que estão ávidas para apresentar a vida, mas continuam ensacadas!

Quanta emoção e quanta vontade de viver estão trancados no peito das pessoas e dos poetas que estão desesperados para dar o grito da independência e da liberdade para mostrarem ao mundo o que sentem dentro do coração confinado por essa maldição do covid que prende tudo e todos sem exceção!

Até a esperança está sem coragem de apresentar o seu verde diante de tanta melancolia cinza!

O céu tenta juntar as nuvens esparsas e pequenas, cor de leite para torná-las grandes e fortes para reterem a água que está sendo recolhida dos oceanos, mas elas, amigas do vento, conseguem se espalhar pela imensidão do universo.

A primavera vem aí e algumas árvores mais afoitas como os ipês, tentam mostrar aos olhos tristes do mundo que a natureza agoniza, mas não está morta como a fé em Deus que começa a abrir as igrejas, que ainda medrosas e prevenidas, tentam mostrar que Ele ainda existe.

Vamos ter fé! Vamos rezar! Vamos acreditar! A chuva haverá de chegar para melhorar   a emoção do povo, principalmente dos semeadores das sementes, dos versos, acabar com a tristeza e estimular, de novo, a vida!

 

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