Acolhimento e a intimidade com os filhos.

Acolhimento e a intimidade com os filhos.

No Brasil temos realidades muito distintas sobre a relação pais e filhos, e muitas vezes atribuímos as dinâmicas destas relações às questões e mazelas sociais enfrentas pela população. Com certeza a vulnerabilidade social é comprovadamente um fator de risco gigantesco nas relações parentais, mas não podemos deixar de falar das famílias de classe média e também das famílias economicamente abastadas que por motivos distintos terceirizam suas relações com os filhos.

Os pais que trabalham exaustivamente e que necessitam de uma rede de apoio como escola, parentes e até profissionais especializados para cuidar dos seus filhos em períodos estendidos ao período regular de estudo; muitas vezes apostam todas as suas fichas em oferecer aos filhos uma gama infinita de atividades extracurriculares, uma boa escola e uma ou duas viagens ao ano para algum lugar tão sonhado pela família. Eu costumo dizer que essa equação costuma fracassar no quesito acolhimento e intimidade com os filhos pois, muito mais do que uma viagem para o resort dos sonhos, a criança precisa de alguns minutos por dia do interesse dos pais pela sua vida! Uma ida à pracinha do bairro de trinta minutos pode fazer pelo seu filho muito mais do que você possa imaginar.

Um estudo americano muito interessante de Keith Robinson, sociólogo e professor da Universidade do Texas, dos Estados Unidos, analisou mais de 60 tipos de comportamento de pais em relação à escola (como ir a reuniões,  fazer trabalho voluntário, conversar com o professor na porta da sala), em famílias de diversas classes sociais, raças e diferentes níveis educacionais, frequentadoras de escolas públicas e particulares. Depois, cruzou essas informações com as notas dos alunos. Isso tudo ao longo de 30 anos.  A conclusão foi que, muito mais do que explicar conteúdos aos filhos o que realmente fazia a diferença no desempenho escolar das crianças era a relação de interesse dos pais sobre sua vida escolar e emocional, dar atenção á criança, ler em voz alta, falar sobre expectativas futuras e sonhos das crianças criam laços que fortalecem a identidade da criança. O estudo até revelou  na maioria dos casos, a influência dos pais na nota foi nenhuma. Isso mesmo: não houve impacto algum e ainda revelou que ajudar na lição de casa teve efeito negativo para as crianças mais velhas, entre o 6º e o 9º ano pois, muitas vezes os pais desconhecem as metodologias de ensino, os conteúdos atualizados e não possuem didática e paciência. Portanto, se você quer fazer algo muito significativo com seus filhos, esteja presente não apenas de corpo mas de alma também  no dia a dia desta criança e adolescente. Ouça, faça planos com eles, sonhe junto, viva pequenos instantes de forma genuína. Conheça seu filho ( do que gosta, o que quer?) Você sabe quem é seu filho?

 

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