O PRÍNCIPE--NICOLAU MAQUIAVEL

O PRÍNCIPE--NICOLAU MAQUIAVEL

O PRÍNCIPE—NICOLAU MAQUIAVEL---Niccolo di Bernardo dei Machiavelli foi um historiador, poeta, diplomata e músico italiano do Renascimento. É conhecido como fundador do pensamento e da ciência política moderna, pelo fato de haver escrito como ela é, e não como deveria ser. Com estudos feitos recentemente, levamos a concluir que Maquiavel foi mal interpretado historicamente, fazendo assim o adjetivo Maquiavélico, vindo de esperteza e astúcia.A Obra “O Príncipe” é provavelmente o livro mais conhecido de Maquiavel, e foi completamente escrito em 1513, apesar de publicado postumamente em 1532. Teve origem com a união de Juliano de Médici e Leão X, com o intuito de um “príncipe” finalmente unificar a Itália.
“Maquiavel viveu em Florença, durante o governo Médici, e entrou para a política aos 29 anos no cargo de Secretário de Segunda Chancelaria. Nesse cargo teve de cumprir algumas missões como a de convencer um condotiere a continuar recebendo o mesmo soldo, e acompanhar um exercito a auxílio em uma guerra, nesse cargo também, retirou alguns postulados para sua mais famosa obra. Trabalhou em Florença durante 14 anos e foi afastado, escrevendo assim suas principais obras, como “O Príncipe”.
Em 7 de novembro de 1512 Maquiavel foi demitido acusado de ser um dos responsáveis por uma política anti-médici e colaborador do governo anterior. Foi multado em mil florins de ouro e proibido de se retirar de Toscana durante um ano. Para piorar sua situação, no ano seguinte dois jovens foram presos e acusados de conspirarem contra o governo. Um deles deixou cair sem querer, uma lista de possíveis adeptos do movimento republicano, entre os quais estava o de Maquiavel que foi preso e torturado. Para sua sorte com a morte de Júlio II em 21 de fevereiro de 1513 e a eleição de João de Médici, um florentino, como Leão X, todos os suspeitos de conspiração foram anistiados como sinal de regozijo e com eles Maquiavel, depois de passar 22 dias na prisão.
A Obra “O Príncipe” é provavelmente o livro mais conhecido de Maquiavel, e foi completamente escrito em 1513, apesar de publicado postumamente em 1532. Teve origem com a união de Juliano de Médici e Leão X, com o intuito de um “príncipe” finalmente unificar a Itália. O Livro está dividido em 26 capítulos, apresenta formas de principado, e características de cada uma, defende a necessidade do príncipe em se basear em exércitos próprios e não em mercenários, e por fim faz uma exortação a que um novo príncipe conquiste e liberte a Itália. A obra de Maquiavel relaciona-se diretamente com o tempo no qual foi produzida, pois Maquiavel rompe com as tradições Medievais ao fundamentar-se no empiritismo e na análise dos fatos recorrendo a experiência histórica da Roma Antiga ganha por ele em seus estudos. Além disso, ele foi o primeiro a propor uma ética para a política diferente da ética religiosa, ou seja, a finalidade da política seria a manutenção do Estado. O primeiro a se pronunciar sobre sua obra foi o cardeal inglês Reginald Pole, se dizendo horrorizado com a influência que ela teria sobre o Lorde Cromwell. Os jesuítas o acusaram de ser contra a Igreja e convenceram o Papa Paulo IV a colocá-lo no Index Librorum Prohibitorum em 1559. Na França, um huguenote chamado Innocent Gentillet escreveu uma obra na qual o acusou de ateísmo e, seus métodos, de causadores do Massacre da noite de São Bartolomeu. Esta obra foi muito difundida na Inglaterra, contribuindo para a visão apresentada no teatro do século XVI. Em geral seus críticos se basearam em O Príncipe, analisando a obra isoladamente das demais obras de Maquiavel e sem levar em conta o contexto no qual foi produzida. Esta análise começou a difundir-se com a Reforma e a Contra – Reforma. Se até então suas obras eram ignoradas, a partir daí, o autor e suas obras passaram a ser vistos como perniciosos, sendo forjada a expressão “Os fins justificam os meios”, não encontrada na sua obra.
Maquiavel não foi um pensador sistemático. Ele utiliza o empiritismo para escrever através de um método indutivo e pensa em seus escritos como conselhos práticos sendo, além disso, antiutópico e realista. A teoria não se separa da prática em Maquiavel. Os conceitos desenvolvidos por ele rompem com a tradição medieval teológica e também com a pratica comum durante o renascimento, de propor Estados imaginários perfeitos, os quais os príncipes deveriam ter sempre em mente.
Maquiavel escreve história mais como pensador político do que como historiador. Assim ele não se preocupa tanto com a referência precisa de afirmações contidas nas suas obras, ainda que tenha ido aos arquivos de Florença - prática incomum na época - e deixa transparecer nas suas obras históricas a defesa de algumas das suas idéias através da narração dos fatos históricos. Ele também acredita que a história se repete, tornando a sua escrita útil como exemplo para que os homens, tentados a agir sempre da mesma maneira, evitassem cometer os mesmos erros.
Assim, enquanto alguns dos seus biógrafos atribuem-lhe os fundamentos da escrita moderna da história, outros admitem que ele não possuía uma visão crítica o suficiente para poder separar os fatos históricos dos mitos e aceitou como verdade, por exemplo, a fundação mitológica de Roma, Outros, ainda, atribuem-lhe uma "concepção dogmática e ingênua da história".
A ética em Maquiavel se contrapõe à ética cristã herdada por ele da Idade Média. Para a ética cristã, as atitudes dos governantes e os Estados em si estavam subordinados a uma lei superior e a vida humana destinava-se à salvação da alma. Com Maquiavel a finalidade das ações dos governantes passa a ser a manutenção da pátria e o bem geral da comunidade, não o próprio, de forma que uma atitude não pode ser chamada de boa ou má a não ser sob uma perspectiva histórica.
Reside aí um ponto de crítica ao pensamento maquiavélico, pois com essa justificativa, o Estado pode praticar todo tipo de violência, seja aos seus cidadãos, seja a outros Estados. Ao mesmo tempo, o julgamento posterior de uma atitude que parecia boa, pode mostrá-la má.
Para ele, a natureza humana seria essencialmente má e os seres humanos querem obter os máximos ganhos a partir do menor esforço, apenas fazendo o bem quando forçados a isso. A natureza humana também não se alteraria ao longo da história fazendo com que seus contemporâneos agissem da mesma maneira que os antigos romanos e que a história dessa e de outras civilizações servissem de exemplo. Falta-lhe um senso das mudanças históricas.
Como conseqüência acha inútil imaginar Estados utópicos, visto que nunca antes postos em prática e prefere pensar no real. Sem querer com isso dizer que os seres humanos ajam sempre de forma má, pois isso causaria o fim da sociedade, baseada em um acordo entre os cidadãos. Ele quer dizer que o governante não pode esperar o melhor dos homens ou que estes ajam segundo o que se espera deles.””Karol Marinho

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