Desapega, vai!

Desapega, vai!

Sempre fui muito apegada em relacionamentos. Dessas que sofrem horrores quando se separa de alguém. Mas quanto mais eu ficava presa ao passado, mais eu sofria. Eu achava que desapego era uma palavra muito forte para quem ama. Associava com indiferença, covardia ou desinteresse. Mas aprendi que desapegar é sinônimo de se libertar. Soltar as algemas. Se permitir e aceitar o novo.

As pessoas, por natureza, são apegadas. Seja por outras pessoas, por memórias, empresas ou objetos. Nos torturamos com o passado sem pensar na consequência que isso pode acarretar. Mas por que tinha que terminar? Era tudo tão maravilhoso, tão “meu”. Mas aí, de repente, o passado passa a não fazer mais sentido. As memórias se distorcem e o tempo cura.

Outro dia li em um livro da Isabela Freitas que “enquanto você segura o passado até que suas mãos sangrem e não suportem mais o peso da corda, o presente continua e você nem percebe que poderia estar construindo novas lembranças, ao invés de se agarrar às antigas”.  Este trecho traduz o quanto perdemos tempo com o sofrimento. Mas não é preciso negá-lo. Permita-se sentir a dor, mas permita-se também aprender com ela e deixa-la ir embora.

Não adianta tentar manter em sua vida algo que não traz alegria e satisfação. Sei o quanto é difícil “desapegar”, mas quando você se abre para o novo, você se surpreende e compreende que tudo o que houve foi o melhor que poderia ter acontecido. Se não houvesse queda, não haveria vitória. E é claro que você vai se lembrar do passado.  Mas ele deve ser apenas uma lembrança e não um sofrimento.

Desapegar é saber a hora de ir e deixar partir. É se olhar no espelho e procurar o brilho dos seus olhos novamente. Apaixone-se de novo. Viva todos os dias como se fossem os últimos. A única coisa que existe hoje é o agora. E você só pode escrever seu futuro se vivenciar o presente. O passado já não existe. Liberte-se. Viva. Ame. Apaixone-se. A vida, este presente maravilhoso, é muito curta para deixa-la escorrer entre os dedos. O que não há remédio, remediado está. Viva o hoje. Só isso!

Compartilhar: