13 de maio de 2016: 128 da abolição da escravidão negra no Brasil (?)

13 de maio de 2016: 128 da abolição da escravidão negra no Brasil (?)

Olá meus caros amigos leitores.

O 13 de maio deveria ser um dia de celebração nacional, pois a 128 anos atrás, a então princesa regente do Brasil, Isabel Cristina Leopoldina , aboliu de maneira definitiva a escravidão negra no Brasil.

Mas passado tanto tempo vejo que esta data deve ser usada mais para uma profunda reflexão do que para celebração.  Segundo dados no próprio ministério da educação a população branca ocupa 72,9% das vagas universitárias, enquanto que a população negra ocupa somente 3,6%. Ainda no campo da educação pesquisa do mesmo ministério revela que menos de 1% dos professores universitários brasileiros são negros, exemplo gritante desta discrepância encontra-se no maior e mais respeitado centro de estudo brasileiro, na Universidade de São Paulo (USP), que reúne 4,7 mil professores, o número de professores negros não chega a dez, ou seja, 0,2%.

Diante dos dados apresentados acima, não é preciso ser especialista no assunto para saber que esta falta de acesso à educação se refletirá no mercado de trabalho. De acordo com a versão mais recente da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o Brasil tinha em 2015, 102, 5 milhões de pessoas economicamente ativas, e destas 6,7 milhões estavam desempregadas, sendo entre elas 60,6%% são negras ou mulatas, vale ressaltar que 53% da população brasileira é negra ou mulata.

Obviamente que este apartheid educacional e empregatício, leva a outras realidades sociais, nitidamente visíveis em relação aos índices que medem a violência no Brasil. Segundo a organização VAIDAPÉ, entre os anos de 2002 e 2012 o número de homicídios contra jovens negros cresceu 32,4%, enquanto que o mesmo tipo de crime caiu 32,3% entre jovens brancos. Ainda segundo a mesma organização a população carcerária brasileira, que hoje se encontra em 607 mil pessoas e cresceu 74% nos últimos sete anos, é composta de 61% de negros e 35,7% de brancos.

Portanto mais do que celebrar é preciso refletir e entender que passados 128 anos a abolição da escravidão não representou a inserção da população negra a sociedade brasileira e que o problema deve ser encarado em toda sua complexidade e que juntos, sociedade civil, governo e organizações sociais, devemos encontrar caminhos, soluções para definitivamente apagarmos a mancha que a escravidão negra imprimiu sobre o Brasil.

Para saber mais sobre o assunto e acessar outros dados, sugiro os sites mencionados abaixo:

https://portal.mec.gov.br/busca-geral/202-noticias/264937351/2094-sp-700856043

https://portal.mec.gov.br/busca-geral/202-noticias/264937351/5219-sp-698496008

https://www.mtps.gov.br/noticias/3184-mulheres-sao-maioria-em-trabalhos-precarios

https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2014/09/18/maioria-dos-desempregados-e-de-mulheres-jovens-e-pretos-ou-pardos.htm

https://vaidape.com.br/2015/10/23-anos-de-um-massacre-sem-fim/

https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2015-06/negros-foram-presos-15-vezes-mais-que-brancos-em-2012-embargo-4a-feira

 

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