A Era do dogma racional

A Era do dogma racional

Olá meus queridos leitores.

Antes de começar a desenrolar as próximas linhas se faz necessário um esclarecimento. A palavra dogma significa:  ponto fundamental de uma doutrina religiosa, apresentado como certo e indiscutível.

Durante toda Idade Média Ocidental (séculos V ao XV) esta ideia imperava sobre as pessoas, era um pecado grave, passível de condenação à morte nas fogueiras da Inquisição Católica, discordar dos dogmas católicos, bruxas, hereges, judeus, ateus e todos aqueles que não se encaixavam nos padrões estabelecidos pela Sagrada Igreja e seus dogmas, eram perseguidos.

Com o advento da Reforma Religiosa os dogmas e as perseguições não cessaram, a única mudança que ocorreu foi o aparato repressor e as instituições que a utilizavam, os protestantes não foram menos cruéis, Martinho Lutero não foi um santo, os anabatistas que os digam.

Mas veio o Iluminismo, e com ela a Era das Revoluções (como disse Eric Hobsbawm) e a humanidade parecia respirar novos ares, democracia, cientificismo, racionalismo, liberdade de expressão, os dogmas pareciam ter sido expulsos do mundo Ocidental.

Mas após tantos séculos, vemos surgir um novo tipo de dogma, um dogma “racionalista”. Nunca tivemos tanto acesso a informação, nunca produzimos tantos conhecimentos científicos, mas ao mesmo tempo nunca foi tão difícil expressar opiniões e ideias.

Se uma pessoa for de esquerda, a priori não há nada de errado em ser de esquerda, ela será massacrada nas mídias sociais, chamada de “esquerdopata”, “petralhada”, a mandarão morar na Venezuela, em Cuba, alguns até perderam seus empregos. Se você for de direita (raras pessoas sabem a diferença entre as duas posições ideológicas) será taxado de fascista, “bolsominion” e alienado.

Está se tornando impossível debater ou discutir qualquer assunto, foram criados dois campos ideológicos rivais, e entre eles um vácuo de ignorância e intolerância, tristes dias para o pensamento racional, os dogmas medievais renasceram no seio da sociedade cientificista do século XXI.

Como a maioria pessoas leem pouco artigos e livros clássicos e cientíticos, e, portanto, não tem capacidade de discutir profundamente nada, é melhor rotular as pessoas e simplesmente as persegui-las covardemente pelas mídias sociais.

Como diria o filósofo e pensador de direita, Luiz Felipe Pondé: “nada é mais temido por um covarde do que a liberdade de expressão”.

 

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