Mais do mesmo

Mais do mesmo

Olá caros amigos leitores.

Confesso que estou me esforçando para acompanhar a campanha eleitoral, principalmente no que se refere aos candidatos à presidência, tento acompanhar suas agendas, assisti ao primeiro debate televisionado, com uma monotonia absurda leio algumas postagens que os mesmos, e suas equipes de marketing, fazem  nas mídias sociais, até me arrisquei a assistir algumas entrevistas e prometo que lerei alguns projetos de governo antes da votação do primeiro turno, só não mentirei dizendo que lerei todos os projetos, tenho muitas outras leituras atrasadas, na verdade me sinto sempre atrasado em relação ao que gostaria de ler, tem candidatos que mesmo sem ler seus projetos já sei que não vale a pena perder meu tempo com isso.

Como educador tenho dado atenção especial ao que os candidatos propõem para a área de educação, e o que vi me assustou. Praticamente todos os candidatos falam mais ou menos as mesmas coisas, valorizar o professor, construir mais escolas, zerar o déficit de falta de vagas, melhorar a merenda, que se eleito melhorará a posição do Brasil no PISA (Programa Internacional de Avaliação de Alunos), essa última promessa eu acho genial, uma vez que todos a fazem, mas não apontam como a farão, ou seja, mais do mesmo, sempre prometem isso, porque é o óbvio, e é justamente o que o cidadão mediano quer ouvir, nada inovador, nada de impacto, nada que mudará e melhorará a educação brasileira.

Uma promessa comum a todos os candidatos é aumentar o tempo de permanência dos alunos nas escolas, o famoso “tempo integral”, nessa proposta o aluno entrará na escola de manhã e sairá no final da tarde, terá todas as refeições custeadas pelo governo e no contra turno terá atividades complementares. Acho linda essa proposta, até mesmo acredito que seja ideal isso ocorrer, o problema é que, o que é oferecido atualmente na maioria das escolas públicas brasileiras é de qualidade muito duvidosa, ou seja, hoje o aluno tem acesso a uma péssima formação em um turno, e se qualquer um dos candidatos for eleito, ele terá uma péssima formação em turno integral, em outras palavras, poderemos piorar o que já é ruim.

Muitas escolas encontram-se em péssimas condições, faltam professores, material escolar, salas deterioradas, pátios em risco de queda, tráfico de drogas no entorno e que nos oferecem? Manter nossas crianças mais tempo nesses locais.

Antes de se instituir nacionalmente tempo integral precisamos reformar todas as escolas, qualificar melhor os educadores, rediscutir metodologias de ensino, sistema de avaliação, plano de carreira docente, currículo escolar, projeto político pedagógico, respeitar o piso nacional salarial dos professores, entre tantas outras urgências.

Mas projetos educacionais demoram décadas para serem implantados e dar resultado e nossos políticos pensam somente de dois em dois anos, que é justamente quando ocorrem as eleições, e nossa população finge que se preocupa com educação pública de qualidade, quando na verdade tem outras prioridades, e outro sonho, o sonho de colocar o filho em uma escola particular, e assim não fazer mais parte dessa massa pobre, que depende da educação pública.

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