O gênero feminino entre o sagrado e o profano

O gênero feminino entre o sagrado e o profano

Neste dia 8 de março, dia internacional da mulher, vale a pena fazer algumas reflexões. Por que as mulheres ainda são as maiores vítimas de agressão? Por que as mulheres, mesmo executando um trabalho igual ao de um homem, recebem uma remuneração menor? Por que na maioria das religiões não são aceitas mulheres como sacerdotes?

Como parte da minha profissão, sempre procuro encontrar as raízes históricas dos fatos e há um momento em que as mulheres começaram a perder espaço para os homens.

Se voltarmos à pré-história da humanidade (período cronologicamente compreendido entre o surgimento da espécie humana e a invenção da escrita) as divindades femininas (Pótnia, Astarte, Ísis, Amaterazu, Nu Gua) eram mais cultuadas do que as masculinas, as sociedades não eram predominante patriarcais, as mulheres gozavam de mais prestígio e tinham mais voz nessas sociedades.

Naquele momento da história o maior desafio para a humanidade era se alimentar, e as comunidades primitivas começavam a aprender as primeiras técnicas de agricultura e de pastoreio. Sendo assim, as deusas, que representavam a fertilidade, eram cultuadas, pois eram elas que garantiriam o sustento alimentar destas comunidades, se a Terra, que gerava a comida e os animais tinha um gênero, obviamente era feminino, pois assim como as mulheres era do ventre da Terra que nascia a vida.

Após o domínio pleno das técnicas agrícolas e de pastoreio, as comunidades vivenciaram um rápido crescimento populacional, milhares de pessoas passaram a viver juntas, a partir deste momento o maior desafio para a humanidade era manter as estruturas sociais, criar códigos de conduta, normas de convivência e combater as comunidades inimigas, e a partir de então a força ganhou mais importância do que a fertilidade, e as deusas perderam espaço para os deuses, o masculino se impôs sobre o feminino e a sociedade patriarcal e machista se tornou um padrão.

Foi assim que surgiram as guerras, a fome, a miséria, a discriminação e todas as outras mazelas sociais que, apesar de serem palavras do gênero feminino, na verdade são masculinas, fomos nós do gênero masculino que criamos praticamente todas as mazelas sociais. Portanto a única maneira de transformar o mundo em um lugar melhor é “empoderando” as mulheres, todo ser humano que sonha com um planeta harmonioso e mais feliz tem a obrigação moral de ser feminista.

Viva o feminismo e feliz dia internacional das mulheres.

 

 

 

Compartilhar: