O verdadeiro sentido da educação

O verdadeiro sentido da educação

O artigo 205 da CF de 1988 é claro: A educação, direito de todos e dever do Estado e das famílias, era promovida e incentivada com a colaboração da socie­dade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

Essa disposição da lei federal é respeitada e produzida na própria LDBEN 1996, nos artigos 2, 21 e 26, que ratificam essa conquista. Sendo assim, a escola tem a obrigação de for­mar cidadãos preparados para enfrentar a vida, para colaborar na construção de uma sociedade mais justa e ética, e habilitados para serem inseridos no mercado de trabalho; em outras palavras, formar cidadãos plenos. E é justamente aí que se encontra um dos problemas educacionais da atualidade.

O mercado de trabalho do século XXI está sendo marcado por uma grande mudança de perspectiva, em parte motivada pela inserção de tecnologias digitais, e a educação não conse­gue acompanhar esta mudança.

Existe uma grande diferença entre o que os alunos en­xergam como futuro profissional, como demanda no mer­cado de trabalho e o que é oferecido na maioria das escolas. Os alunos são muito mais inteligentes do que nós podemos imaginar, e sentem que verdadeiramente não estão sendo preparados para o mercado de trabalho do século XXI.

Mas também não podemos enxergar a escola somente como um local de preparação para o mercado de trabalho, senão correremos o risco de criarmos seres “robotizados”, providos de informação e conhecimento, mas sem a capaci­dade de relacioná-los com a vida, com a sociedade e o objeti­vo da escola. Mais do que meramente formalizar e distribuir conteúdo, devemos preparar cidadãos reflexivos, preocupa­dos com as relações humanas e ambientais.

Quantas vezes nos deparamos com alguém jogando lixo pela janela do carro? Com certeza em algum momento esta mesma pessoa deve ter ouvido em alguma aula a informação de que não se deve jogar lixo pela janela do carro mas isso não fez sentido para ela, pois, apesar de toda a educação que ela teve, ela não se sente responsável pela manutenção da cidade, do meio ambiente e das outras pessoas. A educação para este tipo de pessoa não foi permeada de significado re­flexivo, ela não é um cidadão pleno.

A escola e os professores precisam dar significado ao conhecimento dos alunos, pois, se isso não ocorrer, não po­demos afirmar que houve aprendizado significativo, apenas transmissão de conteúdos. No mundo altamente tecnológico e informatizado do século XXI, praticamente todas as pes­soas têm acesso à informação e podem, sim, com relativa facilidade, obter conhecimento. Sendo assim, o papel mais importante das escolas para o novo mundo em construção é preparar cidadãos plenos, responsáveis, éticos e preocupados com a preservação e o bem-estar da vida; seja ela humana, animal ou vegetal, é necessário perceber que todas as espécies vivem interligadas de alguma maneira e que a colaboração e o respeito são fatores primordiais para a vida na Terra.

 

 

 

Compartilhar: