Para que o mal triunfe basta que os bons fiquem de braços cruzados

Para que o mal triunfe basta que os bons fiquem de braços cruzados

Mais um triste dia para a história da humanidade, neste 20 de maio de 2018, a Venezuela deverá reeleger, com certa facilidade, para mais  6 anos de mandato presidencial Nicolás Maduro.

A Venezuela, país detentor das maiores reservas de petróleo do mundo, encontra-se há anos mergulhada em uma crise que parece não ter fim. O desabastecimento é geral, fata de tudo, comida, remédio e até papel higiênico, uma vez que o país não produz praticamente nada, importa, por exemplo, 70% dos alimentos que consome.

A crise deriva de vários fatores: o governo Venezuelano não aproveitou o momento de alta nos preços do petróleo para realizar investimentos em setores estratégicos (indústria de base, educação, pesquisa científica, fomento a empresas etc.), na verdade boa parte, pra não dizer a maior parte, do que ganhou com a venda de petróleo, foi usada para manter um esquema de corrupção que garantiu, desde o governo de Hugo Chávez, o mesmo grupo no poder. O petróleo comprou o parlamento, os militares, a mídia e até mesmo a “simpatia” de grupos políticos, de uma suposta esquerda fora do país, sim há quem apoie este governo, inclusive no Brasil, até Diego Maradona, que por sinal não mora na Venezuela, apoia o governo de Maduro.

Acredita-se que desde o início da era chavista, mais de 1 milhão de pessoas buscaram uma nova vida em outro país. Metade disso só nos últimos dois anos. Cansados de comer ração para cachorro, muitos venezuelanos estão chegando diariamente no Brasil e se amontoando pelas praças e avenidas das cidades de Roraima.

O país vive uma inflação que beira os 13 mil por cento ao ano, o salário mínimo equivale a pouco mais de R$ 350,00, e o que a comunidade internacional está fazendo? Praticamente nada. No máximo alguns países não reconhecerão o novo/velho governo e seus líderes escreverão um breve documento condenando a falta de liberdade e as evidentes fraudes eleitorais que marcaram o pleito venezuelano, o que na prática não muda muita coisa, uma vez que Maduro estará empossado novamente.

A brava população venezuelana precisa de apoio, precisa que o mundo não a abandone, necessita de medidas práticas, não podemos deixar nascer mais uma Síria, uma vez que o previsível resultados das urnas poderão levar a uma guerra civil, os chefes das nações mais influentes do planeta precisam agir com energia e exigirem o fim desta ditadura, sim ditadura, não podemos dar outro nome a um governo que fecha meios de comunicação e prende opositores, não deveria ter mais espaço para este tipo de governo em nenhuma parte do mundo, mas a América Latina parece ter um certo fascínio por ditaduras populistas, é como se as décadas de 60 e 70 do século XX não acabassem nunca.

Encerro este artigo citando o filósofo, teórico político e orador irlandês Edmund Burke: “Para que o mal triunfe basta que os bons fiquem de braços cruzados”.

 

 

 

 

 

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