Repensando a reprovação

Repensando a reprovação

Olá meus amigos leitores.

Sei que estou levantando uma polêmica, mas a ideia é justamente essa.

Há cinco anos atrás fui convidado por um sistema de ensino para participar de um ciclo de encontros pedagógicos que ocorreriam durante o ano inteiro, em várias regiões do país, eu fiquei responsável pela realização de um Workshop com os professores do Ensino Médio. Foi uma experiência memorável, um ano inesquecível.

Tive a oportunidade de conhecer várias cidades em todas as regiões do país, e o mais enriquecedor, conheci várias pessoas geniais, profissionais da mais alta qualidade.

Dentre essas pessoas duas sempre retornam a minha memória: Hamilton Werneck e Guilherme Davoli. Sobre o segundo escreverei em outra oportunidade.

Em uma noite em meio a um jantar, o professor Hamilton Werneck me questionou sobre reprovação escolar, ficamos um bom tempo falando sobre o assunto e ele lançou uma luz nova sobre o tema.

Sei que a maioria de nós educadores, é totalmente favorável a reprovação, entendemos que muitos alunos devem passar por ela, como forma de corrigirem erros de conteúdo e/ou de comportamento.

Mas o professor Hamilton Werneck, me provocou. Argumentou que a escola deveria ser um espaço de recuperação do aluno e não de reforço de um estigma, que deveria possibilitar a autonomia e não o cerceamento.

Compreendo que muitos alunos não concluem um ano letivo aptos a prosseguirem nos estudos, mas de quem é a culpa? De nós educadores, pessoas maduras e preparadas, ou dos alunos, pessoas ainda em formação pessoal, emocional e intelectual?

Será que não deveríamos dar mais oportunidades para os alunos aprenderem? Será que a forma como ministramos nossas aulas é a mais correta? Será que esgotamos realmente todos os recursos existentes? Será que eu realmente conheço meus alunos, suas limitações, seus problemas? A reprovação será realmente boa para ele?

Ficam as perguntas, mas eu não tenho as respostas.

Para enriquecer o debate indico a leitura do livro "Se a boa escola é a que repete, o bom hospital é o que mata", do professor Hamilton Werneck.

Boa reflexão à todos.

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