Sem equidade étnica não se melhora um país

Sem equidade étnica não se melhora um país

Olá caros amigos leitores.

O dia da consciência negra se aproxima novamente, e apesar de algumas prefeituras terem abolido o feriado, a discussão sobre a condição de vida dos afrodescendentes brasileiros não deve se esgotar.

O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), revelou no último dia 13 os dados de sua mais recente pesquisa sobre o impacto da crise que se abateu sobre o Brasil nos últimos anos, em meio a dados, tabelas e gráficos, alguns saltam a vista.

Dados revelam que um trabalhador negro recebe em média um salário 36,1% menor que o de um não negro, independentemente da região onde mora ou de sua escolaridade. Segundo o estudo, a diferença salarial e de oportunidades de trabalho são ainda maiores nos cargos de chefia, ou seja, mesmo estudando os negros ainda continuam ganhando menos que os não negros (nova nomenclatura politicamente correta), inclusive se ocupar o mesmo cargo.

A pesquisa também revela que os negros se concentram nas ocupações de menor prestígio e valorização como pedreiros, serventes, pintores, caiadores e trabalhadores braçais na construção, faxineiros, lixeiros, serventes, camareiros e empregados domésticos.

Ainda segundo a mesma pesquisa a população negra foi a que perdeu mais empregos nos últimos anos.

Estes dados se tornam ainda mais interessantes, e escandalosos, se os cruzamos com outros, por exemplo, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) o número de negros nas Universidades brasileiras ainda é menor do que os de brancos.

De acordo com o IBGE, entre 1997 e 2007 o acesso dos negros ao ensino superior cresceu, mas continua sendo metade do verificado entre os brancos. Entre os jovens brancos com mais de 16 anos, 5,6% frequentavam o ensino superior em 2007, enquanto entre os negros esse percentual era 2,8%. Em 1997, esses patamares estavam em 3% e 1%, respectivamente. Ainda segundo o IBGE negros representam 54% da população do país, mas são só 17% dos mais ricos.

 

Com base no último Censo da Educação Superior, realizado em 2009, 10% dos ingressos de novos alunos nas universidades públicas ocorreram por meio de sistemas de cotas. Desses, 69% usaram como critério o fato de o candidato ter ou não estudado em escola pública e apenas um quarto das cotas foi preenchido a partir de critérios etnorraciais.

Números do Censo 2010 apontam que entre os 14 milhões de brasileiros com mais de 15 anos que são analfabetos, 30% são brancos e 70% são pretos ou pardos.

O que podemos concluir é que apesar das politicas e ação afirmativa como as cotas raciais nas Universidades, para que as desigualdades entre negros e brancos diminuam no Brasil será necessário: paciência, vigilância, investimento em educação básica por parte dos governos estaduais, menos hipocrisia e quem sabe até mesmo criar cotas etnorraciais nas empresas.

 

Rendimento médio por hora (2011/2012)

Escolaridade

Negro

Não negro

Fundamental incompleto

R$ 5,27

R$ 6, 46

Fundamental completo

R$ 5,77

R$ 6,76

Médio completo

R$ 7,13

R$ 9,56

Superior completo

R$ 17,39

R$ 29,03

Fonte: DIEESE/SEADE, MTE/FAT e entidades regionais

 

 

Fontes:

https://www.dieese.org.br/analiseped/ped.html

https://www.ibge.gov.br/estatisticas-novoportal/sociais/educacao.html

https://portal.inep.gov.br/censo-da-educacao-superior

 

 

 

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