2 - Endividamento de Risco de Pessoas Físicas – Série Cidadania Financeira BACEN

2 - Endividamento de Risco de Pessoas Físicas – Série Cidadania Financeira BACEN

Caras/os Leitoras/es

Em continuidade ao post da semana passada, sobre a publicação da Série Cidadania Financeira, do Banco Central do Brasil (BACEN), que trata de estudos sobre educação, proteção e inclusão, onde foi apresentada a Nota6 com conceitos e estatísticas sobre o endividamento de risco no Brasil  de pessoas físicas, disponível em (https://www.bcb.gov.br/cidadaniafinanceira), seguem mais informações.

Independente do conceito de endividamento de risco ou superendividamento, o que ocorre com as pessoas, segundo o trabalho do BACEN, é:

► “resultado de um processo: retrata a situação estrutural do superendividamento, ou seja, o fato de não ser uma condição temporária do indivíduo, que difere da inadimplência ocasional;

► indivíduos e famílias: considera a situação financeira do grupo familiar no qual o indivíduo está inserido;

► se encontram em dificuldade de pagar suas dívidas: também descrito como a “incapacidade de o devedor fazer face às obrigações”, podendo ser evidenciado tanto pela suspensão do pagamento do serviço da dívida (inadimplência), quanto pelo alto comprometimento de sua renda para manter o pagamento da dívida em dia, o que gera efeitos incapacitantes para o devedor;

► a ponto de afetar de maneira relevante e duradoura seu padrão de vida: esse trecho se refere ao aspecto subjetivo do conceito, ao desconforto causado pelas dívidas (citado na literatura internacional como heavy burden ou “fardo da dívida” (tradução livre).”

Por exemplo, na tabela 2, que trata do “Perfil Socioeconômico dos Endividados de Risco”, são apresentadas várias características dos 85 milhões de pessoas físicas que possuem dívidas no Sistema de Informações de Crédito (SCR), repositório de dados do Sistema Financeiro Nacional (SFN). Podemos notar que há diferença no número de endividados de risco por região, mas proporcionalmente, ou seja, considerando o percentual em relação ao total, as regiões têm números bastante próximos, tendo a região norte o maior (6,1%) e as regiões sudeste e centro-oeste com 5,3% cada uma.

Em outro aspecto considerado sobre os 85 milhões, temos 24,3 milhões nas capitais (1,3 milhões com endividamento de risco) e 61 milhões (3,3 milhões com endividamento de risco) em cidades do interior, porém, o percentual de pessoas com endividamento de risco é 5,4%, tanto nas capitais, quanto no interior.

Quanto a faixa etária, a relação do número de pessoas físicas com dívidas e endividamento de risco, apresenta diferenças importante, enquanto temos 59 milhões (24,0 + 35,0) de pessoas com dívidas até 54 anos, destas 2,6 milhões (0,9 + 1,7) com endividamento de risco, ou seja, 4,4% do total, no outro segmento, de pessoas acima de 55 anos de idade temos 26,4 milhões de pessoas (14,0 + 12,4) e destas 2 milhões (1,0 + 1,0) possuem endividamento de risco, portanto, 7,6% do total. Podemos notar, então, que as pessoas com mais de 55 anos são mais propensas a entrarem no processo de endividamento de risco.

Finalmente, ainda retratando os dados da tabela 2, quanto a faixa de renda, temos certa proximidade na relação número de pessoas físicas e dívidas / endividamento de risco, temos 37,7 milhões (12,2 + 25,5) de pessoas com dívidas que ganham até 2 mil reais, destas 1,9 milhões (0,7 + 1,2) com endividamento de risco, ou seja, 5% do total, já pessoas que ganham entre 2 mil e 10 mil reais, 42,3 milhões de pessoas (31,4 + 10,9) e destas 2,5 milhões (1,8 + 0,7) possuem endividamento de risco, portanto, 5,9% do total. Na última faixa, pessoas que ganham mais de 10 mil reais, temos 5,2 milhões de pessoas com dívidas e 0,24 milhão tem endividamento de risco, ou 4,6%. Podemos notar que pessoas com renda acima de 10 mil reais têm propensão a ter menor endividamento de risco.

No próximo post, apresento mais informações desse assunto.

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