Educação Financeira de Estudantes e os Impactos na Bancarização e Emprego Formal – CONEF/BACEN/CVM/AEF

Educação Financeira de Estudantes e os Impactos na Bancarização e Emprego Formal – CONEF/BACEN/CVM/AEF

Caras/os Leitoras/es,

Finalizando as informações do post de 08/11/2020 descritas no estudo publicado pelo BACEN (https://www.bcb.gov.br/conteudo/relatorioinflacao/EstudosEspeciais/EE082_Efeitos_de_longo_prazo_da_educacao_financeira_em_escolas_brasileiras_evidencias_de_acao_educacional_de_2010-2011.pdf), que teve o objetivo de mensurar as implicações de longo prazo de uma intervenção de educação financeira para estudantes de escolas públicas, idealizado pelo Comitê Nacional de Educação Financeira (CONEF), que constituiu no ano de 2017, grupo de trabalho com integrantes da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), do Banco Central do Brasil (BACEN) e da Associação de Educação Financeira do Brasil (AEF).

Outros detalhes analisados pelo estudo foram a bancarização e o impacto no trabalho formal, dos jovens estudantes submetidos a educação financeira.

Segundo o estudo: “O Gráfico 1 (abaixo) mostra a evolução da proporção de estudantes com conta bancária em cada grupo desde 2004, seis anos antes, e até 2019, oito anos depois do período da intervenção. O período da intervenção encontra-se destacado no gráfico. No que diz respeito a essa métrica, a figura captura a expansão da bancarização em estudantes do ensino médio público, desde a infância até a entrada na vida adulta. Até onde se sabe, essa é a primeira vez que são produzidas informações sobre a inclusão bancária ao longo da parte inicial do ciclo de vida no Brasil. Interessante notar que, além de a posse de conta bancária variar positivamente com o tempo, os resultados sugerem que não existem diferenças estatisticamente significantes entre os grupos de controle e de tratamento. No final de 2010, a média de idade dos alunos era de 16,6 anos. Tornaram-se detentores de contas 75% dos estudantes, entre dezembro de 2009 e dezembro de 2015 (correspondendo às médias de idade de 15,6 e 21,6 anos, respectivamente). Ao final do período observado, 96% dos estudantes já possuíam contas. Seria útil investigar eventuais diferenças de comportamento no uso dessas contas, porém essas informações não estão disponíveis no BACEN.

Em relação ao emprego formal, o estudo detectou (Gráfico 5a - acima):  “uma menor participação dos alunos do grupo de tratamento no mercado de trabalho formal, conforme registrado na Rais. Uma hipótese para tal é que a ação de educação financeira tenha incentivado os jovens a investirem em capital humano, aumentando sua propensão a cursarem o ensino superior, em vez de irem para o mercado de trabalho após a conclusão do ensino médio.Para investigar essa hipótese, será preciso esperar os anos necessários para que voltem ao mercado de trabalho e para que sua formação esteja registrada nos dados da Rais.”

Como conclusão, o estudo apresenta: “há evidências de que o piloto de educação financeira do ensino médio foi efetivo ao produzir resultados de longo prazo no comportamento financeiro dos jovens, em especial no que diz respeito à utilização de modalidades caras de crédito. Esse resultado tem ao menos duas implicações centrais para a área internacionalmente: por um lado, fica demonstrado que é possível produzir resultados relevantes e duradouros de comportamento com o ensino de educação financeira; por outro, a avaliação de políticas que considera apenas o curto prazo pode levar a conclusões muito diferentes da avaliação que considera políticas de longo prazo, implicando a necessidade de um monitoramento continuado das políticas públicas.”

Na próxima semana, apresento novo assunto.

 

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